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LIÇÃO Nº 13 – A ATUALIDADE DOS ÚLTIMOS CONSELHOS DE TIAGO

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O cristão deve ser paciente, orar com fé e contribuir para a conversão do próximo.    

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INTRODUÇÃO

– Encerrando o estudo da epístola universal de Tiago, estudaremos a passagem de Tg.5:7-20, oportunidade em que Tiago fala da paciência, da oração e da necessidade de buscarmos contribuir para a conversão dos homens.

– O crente deve ser paciente, orar com fé e contribuir para a conversão do próximo.

I – TER PACIÊNCIA ATÉ A VINDA DO SENHOR JESUS  

– Estamos terminando mais um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, encerrando o estudo da epístola universal de Tiago, debruçando-nos na parte final do capítulo 5 de Tiago, a partir do versículo 7.

– Conforme temos analisado durante todo o trimestre, a epístola de Tiago é um típico sermão judaico, com diversos assuntos, que vão se desenvolvendo ao longo da exposição.

– Depois de ter apontado os riscos que existem para a vida espiritual, o irmão do Senhor passa a elencar quais são as virtudes cristãs que devem ser postas em prática a fim de que possamos chegar aos céus. Após ter dito o que deve ser evitado (língua desenfreada, sabedoria terrena, prevalência da carne, presunção humana, omissão e opressão), Tiago passa a dizer o que deve ser praticado habitualmente pelo cristão.

– A primeira virtude a ser cultivada, segundo o pastor da igreja em Jerusalém, era a paciência: “sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor” (Tg.5:7a).

– Tiago já havia abordado a questão da paciência logo no limiar de sua carta, ao mostrar que a paciência era uma conquista da vida espiritual resultante da provação divina (Tg.1:3). Assim, o irmão do Senhor nos mostra que, depois de termos adquirido paciência por força da provação divina, devemos sempre exercitá-la, sempre pô-la em prática, pois isto é essencial para que alcancemos a salvação.

– Quando estudamos a respeito da paciência, na lição 2 deste trimestre, vimos que a palavra “paciência”, no original grego, significa “perseverança” e esta perseverança é uma condição “sine qua non” para que cheguemos até a glorificação, que é o último estágio do processo da salvação. Sem a perseverança, não seremos salvos, como nos deixa claro o Senhor Jesus em Mt.24:13.

– Verdade é que, nesta passagem, Tiago utiliza-se de outra palavra para se referir à “paciência”, a saber, a palavra grega “makrothymeo” (μακροθυμεω), cujo significado é, segundo a Bíblia de Estudo Palavra Chave, “ser tolerante, i.e. (objetivo) indulgente ou (subjetivo) paciente:  suportar (tolerar) por muito tempo, ser tolerante, ter (muita) paciência, ser paciente, suportar pacientemente” (verbete 3114 – Novo Testamento, p.2290).

É uma palavra que vem de duas outras, “makros”, que significa “muito tempo” e ‘thymos”, que significa fúria, ira, a indicar, portanto, que o cristão deve aguentar a fúria do mundo, a oposição desta vida, durante muito tempo, sendo tardio em irar-se, sabendo esperar.

– Logo após falar a respeito da opressão que existe na sociedade humana sem Deus e sem salvação, na qual estamos nesta peregrinação terrena, Tiago diz que devemos ser pacientes até a vinda do Senhor. Nesta expressão, Tiago nos dá duas importantes lições. Primeiro, que devemos suportar todas as injustiças, opressões e perseguições que inevitavelmente iremos sofrer neste mundo, confiando em Deus, que é o juiz de toda a terra, não buscando, como vimos na lição anterior, qualquer atitude de revolta ou de “justiça com as próprias mãos”, mas sabendo que Deus está no controle de todas as coisas e que, a Seu tempo, fará a justiça que todos anseiam.

– Devemos, a exemplo do Senhor Jesus, que, assim como nós, foi também perseguido e injustiçado, a ponto de ser indevidamente condenado à morte, suportar a cruz pelo gozo que nos está proposto, desprezar a afronta, pois só assim conseguiremos, como Ele, assentarmo-nos à destra do trono de Deus (Hb.12:2). Através deste suportar, que só é possível se tivermos paciência, não enfraqueceremos e não desfaleceremos em nosso ânimo (Hb.12:3).

– Esta afirmação de Tiago, que é corroborada pelo escritor aos hebreus (que pode ter sido o apóstolo Paulo), indica claramente uma situação difícil por que passavam os crentes judeus neste período imediatamente anterior à destruição do templo em Jerusalém.

Os cristãos, como ainda acontece nos dias de hoje, eram as principais vítimas do conflito existente entre judeus e romanos, visto que não eram benquistos nem por um lado nem pelo outro, já que são um povo à parte, com valores próprios, um verdadeiro “corpo estranho” no mundo dos que não creem em Cristo Jesus, sejam judeus, sejam gentios.

– Em meio a esta situação aflitiva, não era difícil que muitos fossem tentados a abandonar a fé, diante da intensa pressão sofrida seja pelos judeus, seja pelos romanos. No entanto, o Espírito Santo inspirou tanto Tiago quanto o escritor aos hebreus para dar alento e esperança a estes cristãos, recomendando-os a que suportassem toda aquela situação aflitiva, pois estavam, em todo este sofrimento, tão somente seguindo as pisadas de Cristo. Se perseverassem como o seu Senhor, certamente chegariam até a glorificação.

– Em nossos dias, isto não é diferente. Vemos, com absoluta clareza, como os cristãos são, de longe, o povo mais perseguido e vilipendiado ao longo da história. As estatísticas apontam que há a morte de cerca de 160 mil cristãos por ano neste século XXI e que, ao longo da história, já foram mortos cerca de 70 milhões de cristãos desde o início da Igreja (Evangelização pelo martírio: 70 milhões de cristãos mortos em 20 séculos. Disponível em: http://timedecristo.wordpress.com/2010/05/26/evangelizacao-pelo-martirio-70-milhoes-de- cristaos-mortos-em-20-seculos/ Acesso em 29 jul. 2014).

– Como se isto fosse pouco, vivem os cristãos hoje um novo tipo de martírio, que o Papa Emérito Bento XVI denominou de “martírio da ridicularização”. “…A perseguição ao Cristianismo não acontece somente pela prisão, tortura e morte de cristãos por todo mundo. Existe um segundo tipo de perseguição que é incruento (sem derramamento de sangue), no qual os que creem sofrem um ‘ataque’ ideológico por parte do secularismo, da mídia anticristã, do ateísmo militante.

É uma perseguição contra os valores e a moral cristã.(O martírio da ridicularização. Disponível em: http://destrave.cancaonova.com/o-martirio-da- ridicularizacao/#sthash.nmJugjnw.dpuf  Acesso em 29 jul. 2014).

OBS: “…Na nossa época, o preço que deve ser pago pela fidelidade ao Evangelho já não é ser enforcado, afogado e esquartejado, mas muitas vezes significa ser indicado como irrelevante, ridicularizado ou ser motivo de paródia. E contudo a Igreja não se pode eximir do dever de proclamar Cristo e o seu Evangelho como verdade salvífica, fonte da nossa felicidade última como indivíduos, e como fundamento de uma sociedade justa e humana.…” (BENTO XVI. Discurso na vigília de oração para a beatificação do Cardeal John Henry Newman. 18 set. 2010. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2010/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20100918_veglia-card-newman_po.html Acesso em 29 jul. 2014)

– Seja na ameaça da morte física, seja na ameaça da ridicularização e verdadeiro “assassinato moral”, o cristão deve desprezar a afronta, suportar toda a oposição, todas as “contradições dos pecadores contra si mesmo” (Hb.12:3), sabendo que este preço algo terá uma grandíssima recompensa, que é a salvação de nossas almas.

– Para isto, vem a segunda lição que nos dá Tiago, qual seja, a de que nosso alvo é a “vinda do Senhor”. Jamais teríamos força para perseverarmos até o fim mesmo em meio a tanta oposição se não tivéssemos a esperança da vinda do Senhor Jesus. É este o nosso alvo, é este o nosso objetivo: esperar o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o Seu corpo glorioso, segundo o Seu eficaz poder de sujeitar também a Si todas as coisas (Fp.3:20,21).

OBS: “…A Igreja primitiva vivia esperando a imediata Segunda Vinda de Jesus Cristo. Assim, pois, Tiago exorta aos seus a que esperem com paciência os poucos anos que ainda restam. O agricultor tem que aguardar suas colheitas até que tenham caído a chuva temporã e a chuva serôdia.

A Escritura fala freqüentemente da chuvas temporã e da chuva serôdia, porque na Palestina elas eram de suma importância para o agricultor (Deuteronômio 11:14; Jeremias 5:24; Joel 2:23).

A chuva temporã era a que caía em fins de outubro e em princípios de novembro; sem ela a semente semeada não germinaria absolutamente. A chuva serôdia era de abril e maio, sem a qual o grão não maturaria. O agricultor necessita paciência para aguardar até que a natureza faça sua obra. O cristão, por sua vez, necessita paciência para aguardar até que Cristo venha.…” (BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento: Tiago. Edição digital, p.140).

– Esta esperança é que nos dá condição de nos mantermos separados do pecado, como nos ensina o apóstolo João (I Jo.3:1-3). É esta a força motriz que impulsiona a nossa fé e nos fazer crescer em amor, mesmo em meio a tantas tribulações. Quando perdemos esta esperança, iniciamos um caminho de fracasso espiritual, pois a falta de esperança na vinda de Cristo leva-nos à perdição, como nos ensina o apóstolo Pedro (II Pe.3:3,4).

– Por isso, jamais devemos de lembrar nossos irmãos a respeito da vinda de Cristo, tema que sempre deve estar presente em nossos púlpitos, o que, lamentavelmente, como resultado até da apostasia espiritual que vivemos, tem rareado em nossas reuniões.

Não nos esqueçamos que a mensagem completa do Evangelho termina com a solene afirmação que “Jesus brevemente voltará”. Como diz o poeta sacro Almeida Sobrinho: “Nossa esperança é Sua vinda, o Rei dos reis vem nos buscar. Nós aguardamos Jesus, ainda, te a luz da manhã raiar” (estrofe do hino 300 da Harpa Cristã).

– Bem ao estilo judaico, Tiago traz uma ilustração para nos dar a ideia daquilo que devemos ser no tocante à esperança da vinda do Senhor. O irmão do Senhor usa a ilustração do lavrador que espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia (Tg.5:7).

– O lavrador planta a semente na perspectiva de ter uma colheita, que é a razão de ser da semeadura. O objetivo do lavrador é a colheita, de onde tirará o seu sustento, mas, entre a semeadura e a colheita, há um longo tempo, em que o lavrador tem de esperar pacientemente o desenvolvimento da lavoura, aguardando as duas estações de chuva (não esqueçamos que estamos a falar de Israel, onde há duas estações bem definidas de chuvas: as chuvas da primavera, chamadas de “chuva temporã”, necessária para o início do desenvolvimento da lavoura e as chuvas de outono, chamadas de “chuva serôdia”, necessárias para a força final e maturação para a colheita).

– O cristão, também, recebe a Cristo Jesus como Senhor e Salvador de sua vida para ir para o céu, como nos dizia sempre o saudoso diácono Manoel Clóvis Machado, que em seus mais de 70 anos de vida cristã, não se cansava de dizer que havia crido em Jesus para ir para o céu. É este o objetivo da vida cristã: ser um com o Senhor, para viver eternamente com Ele na glória celestial.

Mas, enquanto não chega o tempo da colheita, do encontro com o Senhor nos ares, faz-se preciso, a exemplo do lavrador, aguardar, com paciência, este momento, sabendo que, neste “ano aceitável do Senhor”, há que se ter a “chuva temporã”, que já tivemos, que é o período apostólico, mas, também, a “chuva serôdia”, o grande avivamento que haverá no término da história da Igreja, avivamento este que já estamos a viver, que outro não é senão o avivamento pentecostal, que já perdura há mais de cem anos e que já dá nítidos sinais de que está a findar.

– Diante desta perspectiva da vinda do Senhor, temos de ter o necessário fortalecimento para suportarmos a cruz, desprezarmos a afronta e, assim, seguindo os passos de Nosso Senhor e Salvador, também alcançarmos a glorificação e adentrarmos nas mansões celestiais para nos assentarmos no trono do Senhor, como Ele nos tem prometido (Ap.3:21).

– É precisamente isto que recomenda Tiago, mandando que sejamos pacientes, fortalecendo os nossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. Quando o irmão do Senhor escreveu a respeito da proximidade da vinda de Cristo, vivia ele em plena chuva temporã, mas, nós, neste século XXI, quando vemos cumpridos todos os sinais anunciados pelo Senhor Jesus a respeito da Sua vinda, quando já sentimos que está a findar a chuva serôdia, devemos, mais do que nunca, nos fortalecer em nossos ânimos, não desfalecermos, sabendo que o Senhor está muito, muito perto.

Devemos ter, diante destas palavras de Tiago, ter em mente o que nos diz o apóstolo Paulo:”… conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm.13:11). Mais uma vez, vemos a perfeita consonância entre Romanos e Tiago…

– Ante a proximidade da vinda de Cristo Jesus, precisamos fortalecer os nossos corações e isto exige de nós uma vida de mais consagração, de mais busca do poder de Deus, uma vida cada vez mais intensa de oração, meditação nas Escrituras, uma vida de maior intimidade com Deus. Como diz o apóstolo João, reproduzindo conselhos vindos diretamente do céu, é tempo de nos santificarmos mais ainda, de fazer mais justiça ainda (Ap.22:11).

Será que temos nos embrenhado por este caminho, ou, pelo contrário, estamos a nos enfraquecer cada vez mais buscando as coisas desta vida, seguindo o caminho de “quase todos” que, em vez de se aproximarem de Deus, estando d’Ele se distanciando/ Pensemos nisto, amados irmãos!

– Ainda falando sobre a paciência, Tiago nos dá uma demonstração prática para sabermos se estamos, ou não, esperando o Senhor Jesus. Dentro de seu estilo de ver as coisas pelo lado das atitudes, pelo aspecto prático, o irmão do Senhor diz que não devemos nos queixar uns contra os outros, para que não sejamos condenados (Tg.5:9).

– Uma das provas de que estamos sendo pacientes, que estamos a suportar tudo dentro da perspectiva da vinda do Senhor é o de sermos pacientes com o próximo, de suportarmos a afronta dos homens, inclusive daqueles que compartilham da nossa fé.

– Se não temos paciência com o próximo, se nossos relacionamentos não são pacíficos, mas vivemos a nos queixar uns contra os outros, vivemos a ter litígios e conflitos com os outros, como podemos dizer que estamos suportando a cruz e desprezando a afronta com vistas a chegar até a glorificação? Se não podemos aguentar os embates desta vida terrena, se não somos capazes de suportar as afrontas e danos causados pelos homens nas coisas terrenas, como podemos dizer que estamos a suportar os embates espirituais em nossa caminhada para o céu?

– Davi, no salmo 15, dá-nos as características daquele que habitará no tabernáculo do Senhor, daquele que morará no Seu santo monte, dizendo que é aquele que anda em sinceridade, pratica a justiça, fala verazmente, mas que não difama com a sua língua, nem faz mal ao próximo, nem aceita afronta contra o seu próximo (Sl.15:2,3), sendo também aquele que suporta o dano quando é para cumprir compromisso assumido (Sl.15:4).

– Este comportamento é totalmente diverso daquele que vive buscando pôr a culpa nos outros, que vê o próximo como um competidor, um concorrente, alguém a ser subjugado e reduzido a mero instrumento de sua própria vontade. Por isso, Tiago nos mostra que quem vive desta maneira não está se encaminhando para o céu, visto que, se não consegue sequer tolerar o próximo, como poderá tolerar as afrontas que sofrerá por causa da fé em Cristo Jesus?

– A expressão “não vos queixeis uns contra os outros” tem o significado de “não reclamar”. É muito comum que, diante de uma injustiça sofrida ou de um interesse contrariado, cada um busque denegrir a imagem daquele que o tem contrariado, difamando-o junto aos outros, procurando desqualificá-lo, numa “vitimização” que busca a destruição da reputação do outro. Uma tal conduta é inadmissível para quem está a caminhar para o céu, que deve, a exemplo de Cristo, desprezar a afronta, suportar a cruz, pois somente assim conseguiremos chegar aos céus.

– Vivemos um mundo onde a intolerância campeia e, o que é pior, a intolerância domina sob uma capa de uma falsa tolerância. Vivemos em um mundo que prega a tolerância, mas que é intolerante. Basta ver, por exemplo, o que hoje se denomina de “politicamente correto”, onde é imposta uma camisa de força que tem comprometido a liberdade de expressão e de consciência, o que tem afetado principalmente os cristãos que têm de falar a verdade, verdade esta que o “politicamente correto” tem procurado destruir.

OBS: “…O que é a Teoria Crítica? As associações financiadas pelo nosso Estado e com o nosso dinheiro, em apoio ao ativismo gay, em apoio a organizações feministas camufladas de “proteção à mulher”, e por aí fora – tudo isso faz parte da Teoria Crítica do marxismo cultural, surgida da Escola de Frankfurt do tempo de Max Horkheimer.

A Teoria Crítica faz o sincretismo entre Marx e Freud, tenta a síntese entre os dois (“a repressão de uma sociedade capitalista cria uma condição freudiana generalizada de repressão individual”, e coisas do gênero). No fundo, o que faz a Teoria Crítica? Critica. Só. Faz críticas. Critica a cultura europeia; critica a religião; critica o homem; critica tudo.

Só não fazem auto-crítica (nem convém). Não se tratam de críticas construtivas; destroem tudo, criticam de forma a demolir tudo e todos.  Por essa altura, aderiram ao bando de Frankfurt dois senhores: Theodore Adorno e Herbert Marcuse.

Este último emigrou para os Estados Unidos com o advento do nazismo. Foi Marcuse que introduziu no Politicamente Correto (ou marxismo cultural) um elemento importante: a sexualidade. Foi Marcuse que criou a frase “Make Love, Not War”. Marcuse defendeu o futuro da humanidade como sendo uma sociedade da “perversidade polimórfica”, na linha das profecias de Nietzsche. Marcuse defendeu também, já nos anos 30 do século passado, que a masculinidade e a feminilidade não eram diferenças sexuais essenciais, mas derivados de diferentes funções e papéis sociais; segundo Marcuse, não existem diferenças sexuais, senão como “diferenças construídas”.

Marcuse criou o conceito de “tolerância repressiva” – tudo o que viesse da Direita tinha que ser intolerado e reprimido pela violência, e tudo o que viesse da Esquerda tinha que ser tolerado e apoiado pelo Estado. Marcuse é o pai do Politicamente Correto moderno.…” (BRAGA, Orlando. O que é o politicamente correto? Disponível em: http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/13344-o-que-e-o- politicamente-correto.html Acesso em 29 jul. 2014).

– O servo de Deus, no entanto, deve suportar o dano, não pode construir relacionamentos com base na intolerância, mas, sim, ser tolerante, não com o pecado, que deve sempre denunciar, mas com os pecadores, amando-os intensamente e desejando a sua salvação, salvação esta que somente virá se houver a fé, que, por sua vez, somente chegará aos pecadores mediante a pregação da Palavra de Deus. Por isso, não podemos reclamar dos homens, não podemos viver uma contenda com o próximo, pois sabemos que nossa luta não é contra a carne nem contra o sangue, mas contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais em Cristo (Ef.6:12).

OBS: “…As adversidades causam tensões, e estas se expressam nos relacionamentos humanos. Por isso Tiago adverte, não vos queixeis uns dos outros. Tal atitude os coloca em perigo de julgamento, e o juiz está às portas dos pobres.…” (Comentário Bíblico Moody: Tiago. Edição digital, p.24) (destaque original)..

– Quem vive tendo contendas com o próximo, inclusive com os irmãos (e Tiago parece concentrar-se aqui nestes conflitos internos da igreja, pois se dirige aos irmãos em Tg.5:9), não está tendo a necessária perseverança e tolerância que se exige para quem vai alcançar a salvação. O nosso relacionamento com os irmãos e com as pessoas em geral é um eficaz termômetro para medir a quantas anda nossa comunhão com Deus, se estamos, realmente, marchando para a glória ou se estamos nos desviando do caminho apertado. Tomemos cuidado, amados irmãos!

– Para tanto, Tiago nos convida a olharmos para o exemplo dos profetas que falaram em nome do Senhor. O irmão do Senhor aqui, mais uma vez, evoca o sermão do monte, pois o Senhor Jesus já havia dito que deveríamos olhar para os profetas nos momentos em que fôssemos perseguidos e maltratados por causa de nossa fé (Mt.5:12).

– Quando vemos a história dos profetas, que é muito bem retratada na galeria dos heróis da fé no capítulo 11 da carta aos hebreus, temos verdadeira “nuvem de testemunhas”, que nos dá alento para prosseguirmos a nossa jornada, sabendo que assim como eles venceram, apesar de todas as aflições e perseguições sofridas, e, por paradoxal que possa parecer, no meio do povo que se dizia ser o povo de Deus, também poderemos ter o mesmo fim, alcançando a salvação.

– Diz o escritor aos hebreus que estes homens e mulheres de Deus foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada, andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos, maltratados, tendo dado testemunho pela fé e, embora não tivessem alcançado a promessa, serão juntamente conosco aperfeiçoados (Hb.11:33-40).

– Ora, nós vimos o cumprimento da promessa da primeira vinda do Messias, da salvação na pessoa de Cristo Jesus e, portanto, temos ainda mais motivos para crermos que, quando da segunda vinda do Senhor, também alcançaremos a glorificação, quando, então, nos encontraremos com estes heróis da fé para juntos estarmos para sempre com o Senhor. Aleluia!  

– Os profetas tudo sofreram, sem revidar os seus algozes. Não temos o registro de um único profeta que tenha feito “justiça com as próprias mãos”, que tenha buscado, com suas próprias forças, fazer justiça, vingar- se daqueles que injustamente os perseguiam única e exclusivamente porque estavam a fazer a vontade de Deus. Todos eles suportaram as aflições, sem deixar de falar a verdade para o povo, sem deixar de transmitir a mensagem de Deus.

– Assim nós também devemos fazer. Sem medo de cumprir a vontade de Deus e de suportar as vicissitudes de estarmos num mundo que está no maligno e que, por isso mesmo, fará com que muito padeçamos por causa de nossa fidelidade a Deus, não podemos ser intolerantes, nem sequer querer nos vingar daqueles que nos fazem sofrer. Devemos confiar em Deus e, a exemplo dos profetas, deixarmos que o Senhor, no tempo certo, tome as atitudes de justiça e vingança que só a Ele pertencem.

– Se, em vez de confiarmos em Deus e prosseguirmos nossa jornada falando a verdade, sendo tolerantes com os pecadores e implacáveis com o pecado (implacabilidade que começa pela nossa vida), passarmos a nos queixar uns contra os outros, a atacarmos os pecadores, seremos condenados. Deus é juiz não só para nos vingar, mas, também, para nos condenar se deixarmos de seguir as pisadas de Cristo. Tiago é bem claro: “o juiz está à porta” (Tg.5:9 “in fine”).

– Não podemos nos arrogar o direito de sermos juízes, mas deixemos o juízo na mão d’Aquele que é o juiz de toda a terra (Gn.18:25), que está “à porta”, ou seja, no Seu devido lugar, governando o mundo e tendo condição de exercer a Sua função judicial, que é exclusiva e indelegável. Não nos esqueçamos de que, em Israel, como em outros povos da Antiguidade, os juízes costumavam ficar à porta da cidade, onde atendiam às demandas.

– Devemos, antes, suportar o dano, aguardando a vinda do Senhor, quando, então, ficaremos livres das aflições e das perseguições deste mundo e gozaremos a perfeita paz. Devemos ter o comportamento sugerido pela poetisa sacra Frida Vingren (1891-1940): “Sê bom soldado de Cristo Jesus, sofrendo as aflições, não sufocando a mensagem da cruz nas perseguições; vai Seu amor proclamando, novas de paz, sim, levando, aos que estão aguardando a salvação.

Quando, enfim, tu largares a cruz, Jesus te coroará; com santo gozo em glória e luz, te consolará. Esquecerás teus lidares, tribulações e pesares, quando no céu desfrutares perfeita paz” (terceira e quarta estrofes do hino 394 da Harpa Cristã).

– Além dos profetas mencionados por Tiago, também devemos seguir o exemplo dos milhares e milhares de servos de Cristo que deixaram seus testemunhos ao longo da história da Igreja, os “santos” que demonstraram toda sua fidelidade ao Senhor Jesus. Neste ponto, tem razão a Igreja Romana ao dizer que são eles “modelos” a ser seguidos. São exemplos de fé e de vida que devemos imitar (Hb.13:7), mas que, ao contrário do que pregam os romanistas, jamais podem interceder por nós.

– Os que suportam as aflições, esperando pacientemente pela vinda do Senhor, são bem-aventurados, diz Tiago que, em mais uma ilustração, usa o exemplo do patriarca Jó que, tendo sido paciente em todo o atroz sofrimento que teve, sem que houvesse qualquer causa justa, alcançou um estado final bem superior ao primeiro. Jó está aí para nos mostrar a misericórdia e a piedade de Deus, de modo que não precisamos temer passar pelas tribulações, pois, por elas, entraremos no reino de Deus (At.14:22).

 OBS: “…Tiago deseja encorajar-nos a sermos pacientes em tempos de provas. Como um agricultor, devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo no meio do sofrimento. Como Jó, devemos esperar para que o Senhor complete Seu amoroso propósito em nós, mesmo em meio ao sofrimento.…( LOPES, Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo, p.123).

II – A FIRMEZA DAS NOSSAS PALAVRAS

– Depois de falar a respeito da paciência, Tiago irá tratar de outra virtude que deve caracterizar a vida do cristão, qual seja, a firmeza das palavras, a constância no falar, a credibilidade do falar.

– Tiago, mais uma vez, trata da questão do falar, pois, como sabemos, a fala é a expressão do homem interior, é a exteriorização daquilo que está em nosso íntimo, em nossa alma e espírito.

– Tiago adverte os irmãos para que não jurassem nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coisa, mas que a palavra do servo de Deus seja sim, sim; não, não, a fim de que também não fossem os cristãos condenados por um falar volúvel e variável (Tg.5:12).

– Neste ponto, temos aqui mais uma evocação direta do sermão do monte, quando Jesus também tratou deste tema (Mt.5:33-37).

– O juramento é uma confirmação da palavra dada por alguém. Muito comum entre os antigos, os juramentos procuravam confirmar a palavra de alguém mediante a invocação de algo que fosse superior aos próprios declarantes. O Código de Hamurábi, o mais antigo código de leis conhecido, vigente ao tempo de Abraão, previa o juramento como forma de alguém se livrar de alguma pena, quando acusado de alguma infração.

OBS: Trechos do Código de Hamurábi: “II.20: – Se o escravo foge àquele que o apreendeu, este deve jurar em nome de Deus ao dono do escravo e ir livre.(…); III.103-  Se, durante a viagem, o inimigo lhe leva alguma coisa do que ele conduz consigo, o comissionário deverá jurar em nome de Deus e ir livre.(…); IX.131- Se a mulher de um homem livre é acusada pelo próprio marido, mas não surpreendida em contato com outro, ela deverá jurar em nome de Deus e voltar à sua casa.(…); XII.206 – Se alguém bate um outro em rixa e lhe faz uma ferida, ele deverá jurar : “eu não o bati de propósito”, e pagar o médico; 207 – Se ele morre por suas pancadas, aquele deverá igualmente jurar e, se era um nascido livre, deverá pagar uma meia mina.(…). XII. 227 – Se alguém engana um tosquiador e o faz imprimir a marca de um escravo inalienável, se deverá matá-lo e sepultá- lo em sua casa. O tosquiador deverá jurar : “eu não o assinalei de propósito”, e irá livre.(…) XII. 249 – Se alguém aluga um boi e Deus o fere e ele morre, o locatário deverá jurar em nome de Deus e ir livre.…”

– O juramento espelhava, então, a insuficiência da justiça humana, a precariedade da natureza humana, que, assim, tinha de recorrer a forças consideradas superiores para dar certeza e firmeza às palavras e declarações, deixando, assim, nas mãos de alguém que lhes era superior a tarefa de fazer justiça, caso não fosse verdadeira a declaração feita e realizada.

OBS: “…Como escreve Santo Agostinho no livro De serm. Dom. in monte, se te obrigas a jurar, hás de saber que necessitas fazê-lo pela desconfiança  daqueles a quem tu tens de persuadir, desconfiança que, certamente, é um mal. Por isso, o Senhor no disse: o que passa disto é mal, pois tu, que fazes bom uso do juramento para persuadir outro do que convém, de fato está fazendo bem; senão que disse: provém do mal, quer dizer, do mal da pessoa por cuja desconfiança te vês obrigado a jurar…” (AQUINO, Tomás de. Suma Teológica II-II qu.89 a.2, n. 1782. Cit. Tg.5:11,12. Disponível em: http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/pt/index.htm Acesso em 29 jul. 2014) (tradução nossa de texto em espanhol).

– Com a realidade da salvação em Cristo Jesus, porém, tal comportamento é agora inadmissível. Tendo obtido o perdão dos pecados, o salvo passa a participar da natureza divina e, como tal, não pode ter outro comportamento senão o da firmeza das palavras, o da imutabilidade de dizer, ao exemplo do seu Senhor. OBA: “…O ponto de vista do Novo Testamento é que cada palavra é pronunciada na presença de Deus e que, portanto, toda palavra também tem que ser veraz.

O Novo Testamento diria que o cristão tem que ser conhecido como uma pessoa tão veraz que se faça totalmente desnecessário jamais exigir dele um juramento. O Novo Testamento condenaria categoricamente os juramentos, mas ao mesmo tempo, deploraria a tendência humana à falsidade que, ocasionalmente, os torna necessários.…” (BARCLAY, William.op.cit., p.147).

– Esta nova realidade foi bem explicitada pelo Senhor no sermão do monte, quando altera a questão dos juramentos, que existiam na lei de Moisés, para a proibição de jurar: “de maneira nenhuma jureis, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de Seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não, porque o que passa disto é de procedência maligna” (Mt.5:33-37).

– Uma das características daquele que vai morar no céu é, precisamente, o de ter um falar constante, imutável, como já dizia Davi no Salmo 15. Se temos comunhão com o Senhor, se estamos em unidade com Ele, não temos porque jurarmos, buscarmos algo que possa confirmar a nossa palavra. Temos de ter a imutabilidade e constância de nosso Senhor, se é que estamos unidos a Ele, se somos instrumentos para a Sua glória neste mundo.

– Vivemos dias terríveis em que as palavras não têm mais qualquer valor ou credibilidade. A mudança de dizeres, a mais completa desfaçatez na mentira e no engano tem sido a tônica em nossos dias. No entanto, devemos continuar a seguir a Cristo Jesus e, como tal, não mudarmos o que dizemos, o que falamos, o que afirmamos, não precisando recorrer a juramentos. Devemos sempre falar verazmente, mantendo a nossa fidelidade ao Senhor.

– É lamentável vermos hoje pessoas que cristãs se dizem ser mentindo deslavadamente, procurando distorcer o que disseram, e, não raro, recorrendo a juramentos para confirmar aquilo que se demonstra ser inverídico e falso. Tal comportamento é um indício de que a pessoa não está em comunhão com o Senhor, porque, se mente, se não diz a verdade, está certamente separada do Senhor, pois n’Ele não há qualquer mentira, já que Ele é a verdade (Jr.10:10; Jo.14:6).

– Como tem sido o nosso falar? Temos credibilidade junto àqueles que vivem à nossa volta? Nosso falar é sim, sim; não, não? Tomemos cuidado, amados irmãos!

III – A VIDA DE ORAÇÃO

– Após ter falado a respeito da necessidade de termos um falar crível, o irmão do Senhor passa a tratar de outro tema importantíssimo para quem quer chegar ao céu: a oração.

– Tiago pergunta se está alguém aflito no meio do povo de Deus. Se estiver aflito, deverá recorrer à oração (Tg.5:13a). A oração é o recurso que devemos perseguir quando estamos aflitos. É o meio pelo qual nos fortaleceremos e conseguiremos superar as aflições.

– Tiago podia afirmar isto, pois, segundo Eusébio de Cesareia (265-339), o grande historiador dos primeiros séculos da igreja cristã, era um homem de oração. Diz o historiador, que reproduz palavras de Hegésipo: “…Ora, Tiago, o irmão do Senhor que, por haver muitos com esse nome, era chamado Justo por todos desde os tempos do Senhor até o nosso, recebeu o governo da Igreja juntamente com os apóstolos. (…). Ele costumava entrar sozinho no templo, sendo com frequência visto de joelhos, intercedendo para que o povo fosse perdoado, de modo que seus joelhos ficaram duros como os de um camelo por causa de suas súplicas habituais, ajoelhando-se diante de Deus.

Assim, por sua piedade extrema era chamado Justo e Oblias (ou Zadique e Osleã) que significa justiça e proteção do povo, conforme os profetas declaram a seu respeito…” (História eclesiástica, p.72).

– A oração é um dos meios de santificação do salvo em Cristo Jesus (I Tm.4:5), sendo o caminho a ser tomado por aqueles que estão aflitos em meio a esta peregrinação terrena. O remédio para a aflição é a oração. Vemos aqui mais uma demonstração de que as aflições servem para nosso crescimento espiritual, pois é através da aflição que aumentamos a nossa vida de oração.

– Isto não quer dizer que devemos orar apenas quando estamos passando por aflições. A oração é incessante na vida do verdadeiro e genuíno cristão (I Ts.5:17), mas, nos momentos de aflição, ela assume um papel todo especial, visto que é por meio dela que teremos as necessárias forças para suportarmos a cruz e desprezarmos a afronta, não permitindo nosso desfalecimento de ânimo ao longo do caminho.

– Neste sentido, devemos ter muito cuidado com um péssimo costume que temos visto invadir as nossas igrejas locais, a saber, as famosas “campanhas”, que têm desvirtuado enormemente a vida espiritual dos que cristãos se dizem ser. Tais “campanhas” geram uma ideia falsa de que basta termos “surtos de oração” para bem nos encaminharmos em nossa peregrinação terrena. Assim, basta “participar da campanha” para obter bênçãos ou superar as dificuldades, dando a falsa noção de que a oração é episódica, algo que tem um tempo determinado. Passa a aflição, obtida a bênção, seria “hora de descansar de orar”.

– Muitos, inclusive, procuram basear este falso conceito, tão disseminado em nossos dias, nesta passagem de Tiago que estamos a analisar. Nada mais falso, porém! Tiago, ele próprio um homem de oração, como vimos supra, não iria mandar o povo orar apenas quando estivesse aflito. A oração deve ser algo constante e incessante na vida do cristão, pois não podemos viver em comunhão com Deus se com Ele não mantivermos uma ininterrupta comunicação.

Recentemente, em um vídeo de uma de suas aulas ao vivo, o padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior foi muito feliz ao afirmar que o estágio máximo da santidade é aquele em que a pessoa já não mais distingue o seu viver da sua vida de oração, quando tudo o que está a fazer e falar é orar diante de Deus.

– Tanto assim é que o Tiago diz que quem está contente deve cantar louvores. Ora, quando louvamos a Deus, nada estamos a fazer senão glorificar o nome do Senhor, exaltar a Sua majestade, ser gratos pelos benefícios que nos tem feito. E o que será este cantar louvores senão uma ação de graças ao Senhor, senão uma oração de gratidão?

Percebemos, portanto, que a oração é indispensável para que passemos vitoriosos por essa peregrinação terrena. Esta ação de graças, aliás, será a tônica constante no céu, como vemos nos capítulos 4 e 5 do livro do Apocalipse.

OBS: “…João assistiu no céu um verdadeiro culto de adoração a Deus. Toda natureza representada pelos quatro seres viventes, e os vinte e quatro anciãos, louvando e adorando ao Criador(…). Depois do maravilhoso culto de louvor e adoração do capítulo quatro que o apóstolo João assistiu, o cenário continua o mesmo…” (OLIVEIRA, José Serafim de. A revelação do Apocalipse. 1ed., pp.34-5).”

– Em seu comentário de Tiago, Wiilliam Barclay traz uma afirmação de grande pertinência, que devemos aqui reproduzir: “…A Igreja primitiva era uma Igreja que cantava. Os primitivos cristãos se caracterizavam por estar sempre dispostos a estalar em cânticos. Na descrição que Paulo faz das reuniões da Igreja de Corinto achamos que o canto era parte integrante das mesmas (1 Coríntios 14:15,26).

Quando pensa na graça de Deus que alcança os gentios, isto o faz lembrar o prazeroso canto do salmista: “Eu te glorificarei entre os gentios e cantarei louvores ao teu nome” (Romanos 15:9; cf. Salmo 18:49). Era coisa característica dos cristãos o falar- se uns aos outros com salmos, com hinos e com canções espirituais, entoando em seus corações melodias ao Senhor (Efésios 5:19). Cada vez que agradeciam se sentiam compelidos a cantar.

A palavra de Cristo habitava neles e ensinavam e admoestavam uns aos outros com salmos e com cânticos espirituais, cantando com graça em seus corações ao Senhor (Colossenses 3:16). A alegria que havia no coração dos cristãos se expressava através de seus lábios com cânticos de louvor pela misericórdia e pela graça de Deus.…” (op.cit., p.147).

– Mas a oração também é apresentada como o remédio para aquele que está doente, Tiago manda que, em havendo pessoas doentes, sejam chamados os presbíteros da igreja para que orem sobre elas, ungindo-as com azeite em nome do Senhor e esta oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará, e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados (Tg.5:14,15).

– Temos aqui uma prerrogativa daqueles que foram escolhidos pelo Senhor para cuidar do rebanho do Senhor, ou seja, os presbíteros, que são aqueles que, na igreja local, exercem os ministérios de pastor, mestre, profeta e evangelista, ou seja, são os responsáveis pela administração dos bens espirituais na igreja local.

– Estes homens foram escolhidos pelo Senhor para interceder por aqueles que estão doentes, a fim de que, através da oração, possam trazer salvação aos doentes, devendo, por isso, ungi-los com azeite em nome do Senhor.

– Observemos, de pronto, amados irmãos, que a unção com azeite em nome do Senhor é apenas um sinal de que o Senhor está pronto a cuidar da saúde espiritual dos Seus servos, é apenas uma figura para nos rememorar que o Espírito Santo nos foi dado pelo Senhor para ser o nosso refrigério, para ser o nosso Consolador, o nosso guia em toda a verdade.

– Não é a unção com azeite que sara o doente, nem tampouco que o salva, mas, sim, diz Tiago, a oração da fé. Os presbíteros, estando à frente do povo, devem ser exemplo de fé para os salvos (Hb.13:7; I Pe.5:3) e, como tal, devem interceder e demonstrar a sua fé na oração em prol dos doentes, demonstrando verdadeiro e genuíno amor pelos irmãos e obtendo do Senhor a salvação dos doentes. OBS: “…Está claro neste versículo que não é o azeite que cura o doente, mas antes o Senhor é que o levanta em resposta da oração da fé. Isto não é uma sugestão de que Deus sempre atende a oração do crente. Toda oração, inclusive a oração pela cura, fica sujeita à vontade de Deus.

Às vezes, é claro que não é sempre, a doença é o resultado do pecado pessoal. Talvez isto é o que se quis dizer com se houver cometido pecados. De qualquer maneira, o doente tem a certeza do perdão dos pecados.…” (Comentário Bíblico Moody;Tiago, p.25).

– É importante verificar que esta oração é para a salvação do doente. Quando a doença for motivada pela prática de algum pecado, esta oração intercessória promoverá a cura da enfermidade, mas, sobretudo, o objetivo desta oração é a salvação do doente. Se o motivo da doença não for a prática de pecado, pode ocorrer que a oração não promova a cura da enfermidade, mas, sem dúvida alguma, o perdão do pecado será obtido, se tivermos uma oração de fé.

OBS: “…No caso em apreço, parece-nos que Tiago está dizendo que a pessoa está doente por causa do pecado (5.15b,l6). Nem toda doença é resultado de pecado pessoal, mas o caso mencionado por Tiago parece-nos retratar uma doença hamartiagênica, ou seja, provocada por um comportamento pecaminoso.…” (LOPES, Hernandes Dias. op.cit., p.119).

– Tiago, mais uma vez, mostra, com absoluta clareza, que a oração é um meio de santificação, um meio pelo qual nós nos aproximamos cada vez mais do Senhor e, deste modo, ficamos em condição de vê-l’O naquele dia que tanto aguardamos, pois, sem a santificação, ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).

– Se a unção com azeite em nome do Senhor é atitude que somente deve ser tomada pelos presbíteros e em favor dos irmãos que se encontram enfermos, é absolutamente ilegítimo e equivocado qualquer outro tipo de unção (e, infelizmente, temos visto, em nossos dias, muita unção equivocada e antibíblica entre os que cristãos se dizem ser…), não no é, entretanto, a confissão das culpas e a oração intercessória entre os irmãos.

– Tiago diz que devemos confessar nossas culpas uns aos outros, bem como orar uns pelos outros, atitude que também nos trará o sarar. Não podemos encobrir nossos pecados, mas devemos confessar nossas culpas, inclusive perante a igreja local, quando ela é ofendida. Tal confissão deve ser pública, não privada. Os romanistas procuram nesta passagem base bíblica para a confissão auricular, ou seja, a confissão restrita ao presbítero, mas o texto é bem claro ao dizer que temos de confessar as culpas uns aos outros, não ao presbítero.

– Entretanto, esta prática romanista tem se tornado muito comum entre os que cristãos se dizem ser. Muitos estão a defender a prática de somente confessar a falta ao ministro do Evangelho, procurando se esquivar da confissão pública diante da igreja local. Amados irmãos, não podemos nos deixar levar por este pensamento, que não tem qualquer respaldo bíblico. A confissão deve ser feita ao ofendido, a quem se deve pedir perdão.

Assim, práticas pecaminosas que tenham ofendido a igreja local devem ser confessadas à igreja, não ao ministro do Evangelho. Logicamente que nada impede que, antes da confissão pública, haja uma palavra ao ministro, para fins de orientação e encaminhamento da confissão pública, mas isto não substitui, de forma alguma, a necessidade da confissão da culpa uns aos outros, como nos ensina Tiago. Somente assim teremos o sarar não só do infrator mas de toda a comunidade.

– Tiago lembra que a oração de um justo pode muito em seus efeitos. A oração da fé é eficaz, a oração de alguém que está em comunhão com Deus produz efeitos, não é um discurso vazio. O salvo em Cristo Jesus está em plena comunhão com o Senhor, tem acesso livre ao santo dos santos, ao trono da graça (Hb.4:16; 10:19-23), de modo que não há como não sermos ouvidos, não há como não alcançarmos da parte do Senhor aquilo que pedimos, pois, se estamos em comunhão com o Senhor, somente pediremos aquilo que for da vontade de Deus (Jo.14:14;15:7).

OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos aqui alguns parágrafos do Catecismo da Igreja Romana: “A revelação da oração na economia da salvação ensina-nos que a fé se apoia na ação de Deus na história. A confiança filial é suscitada pela sua ação por excelência: a paixão e ressurreição do seu Filho.

A oração cristã é cooperação com a sua providência, com o seu desígnio de amor para com os homens.Em São Paulo, esta confiança é audaciosa (Rm.10:12,13), apoiando-se na oração do Espírito em nós e no amor fiel do Pai que nos deu o seu Filho Único (Rm.8:26-39).

A transformação do coração que ora é a primeira resposta ao nosso pedido. A oração de Jesus faz da oração cristã uma petição eficaz. Jesus é o modelo da oração cristã; Ele ora em nós e conosco. Uma vez que o coração do Filho não procura senão o que agrada ao Pai, como poderia o dos filhos adotivos apegar-se mais aos dons que ao Doador?

Jesus também ora por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Todos os nossos pedidos foram reunidos, de uma vez por todas, no seu brado sobre a cruz e atendidos pelo Pai na sua ressurreição; e é por isso que Ele não cessa de interceder por nós junto do Pai (Hb.5:7; 7:25; 9:24). Se a nossa oração estiver resolutamente unida à de Jesus na confiança e na audácia filial, obteremos tudo o que pedirmos em seu nome e muito mais do que isto ou aquilo: o próprio Espírito Santo que inclui todos os dons.” (§§2738-2741 CIC).

– O crente tem de ter consciência de que sua oração é eficaz, ou seja, a oração é capaz de produzir o resultado almejado, o objetivo anunciado. Para tanto, Tiago traz uma nova ilustração, qual seja, a da eficácia da oração do profeta Elias que, tendo orado para que não chovesse, obteve este resultado, tanto que, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra de Israel, conforme a palavra proferida pelo profeta (Tg.5:17).

– Tiago faz questão de mostrar que Elias não era um homem superior a qualquer de nós. Era, segundo as palavras do próprio irmão do Senhor, “um homem sujeito às mesmas paixões que nós”. Era, sem dúvida, um servo de Deus, mas não possuía qualquer outro atributo que nós, como servos do Senhor, não possamos possuir.

Teve tão somente a fé e a convicção de que seria ouvido por Deus e, por isso, proferiu aquelas palavras, que traduziam a própria vontade de Deus, tendo, então, se obtido aquele resultado. OBS: “…O lembrete de Tiago acerca do grande poder da oração, na última parte do versículo 16, fornece a base para as exortações à oração, feitas nos versículos 13-16a. O poder da oração não está limitado aos “super-santos”; o justo designa apenas uma pessoa sinceramente comprometida com Deus e que, de coração, busca fazer sua vontade.…” (MOO, Douglas J. Trad. de Rovinson Malkomes. Tiago: introdução e comentário. Edição digital, p.186).

– Precisamos ter a mesma confiança que teve Elias para produzirmos a mesma eficácia em nossa oração. Se desfrutarmos de comunhão com Deus e, deste modo, sermos instrumentos da Sua vontade, certamente, a exemplo do profeta tisbita, também teremos os mesmos resultados em nossas orações. Mas como obter tais resultados se, por primeiro, não temos uma vida de oração e, por segundo, não temos comunhão com Deus a ponto de pedirmos não o que Ele quer, mas, como disse o próprio Tiago, o que deseja nossa carne? Pensemos nisto!

IV – A CONTRIBUIÇÃO PARA A CONVERSÃO DAS PESSOAS DESVIADAS

– Por fim, no término de sua epístola, Tiago fala de outra virtude que deve acompanhar a vida cristã: a contribuição para a conversão das pessoas que se desviaram da fé.

– O irmão do Senhor diz que aquele que “converter do erro do seu caminho” aquele que estiver “desviado da verdade”, salva um pecador da morte e cobre uma multidão de pecados (Tg.5:19,20).

– Por primeiro, vemos aqui que a expressão “desviado” que tem sido muito atacada ultimamente tem base bíblica. Tiago diz que aquele que se afasta do Senhor está “desviado da verdade”. Portanto, embora respeite as opiniões contrárias, não vemos porque se deva abandonar esta nomenclatura, pois tem ela base bíblica.

– O que não podemos, porém, tolerar, e isto é implicitamente condenado por Tiago, é uma atitude de preconceito e de discriminação com relação aos que se “desviam da verdade”, número que é, notadamente nos dias de apostasia espiritual em que vivemos, cada vez maior. Muitos dos que cristãos se dizem ser têm um comportamento inadmissível, que é o de segregar e se distanciar daqueles que fracassam na vida espiritual, conduta esta que é apropriada para seitas, mas não para quem prega o Evangelho de Jesus Cristo.

– Tiago ensina-nos que devemos nos esforçar para “converter do erro do seu caminho um pecador”. É certo que esta expressão deve ser entendida como sermos um instrumento para que o pecador, ele próprio, mude de direção na sua vida, deixando de seguir um rumo contrário à vontade de Deus para passar a seguir um caminho que esteja de acordo com o propósito de Deus para o homem.

– Não somos nós que “convertemos” as pessoas, pois é a própria pessoa que deve se converter, mudar de rumo, mudar de direção. Como costumava ensinar o saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012), é preciso que aquele que se distanciou do pai ele próprio se levante e decida retornar à casa do pai, como fez o filho pródigo.

Entretanto, nós podemos e devemos nos esforçar para que a pessoa tome esta atitude. Isto, certamente, não se dará mediante uma atitude de distanciamento, de recriminação ou de censura, mas, sim, mediante uma postura de acolhimento, de misericórdia e de tolerância para com o pecador, jamais com relação ao pecado.

OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos parágrafo do Catecismo da Igreja Romana: “O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do «filho pródigo», cujo centro é «o pai misericordioso» (Lc.15:11-24): o deslumbramento duma liberdade ilusória e o abandono da casa paterna: a miséria extrema em que o filho se encontra depois de delapidada a fortuna: a humilhação profunda de se ver obrigado a guardar porcos e, pior ainda, de desejar alimentar-se das bolotas que os porcos comiam: a reflexão sobre os bens perdidos: o arrependimento e a decisão de se declarar culpado diante do pai: o caminho do regresso: o acolhimento generoso por parte do pai: a alegria do pai: eis alguns dos aspectos próprios do processo de conversão.

O fato novo, o anel e o banquete festivo são símbolos desta vida nova, pura, digna, cheia de alegria, que é a vida do homem que volta para Deus e para o seio da família que é a Igreja. Só o coração de Cristo, que conhece a profundidade do amor do seu Pai, pôde revelar-nos o abismo da sua misericórdia, de um modo tão cheio de simplicidade e beleza.” (§ 1439 CIC).

– Tempos atrás, a atitude da igreja para com os “desviados da verdade” era de censura, reprovação e distanciamento. Como resultado da necessária, inevitável e bíblica disciplina daquele que, após ser devidamente admoestado, insistia em manter-se numa vida de pecado, devendo passar a ser considerado como gentio e publicano (Mt.18:17), passava-se a ignorar esta pessoa, a evitar até o contato com ela, numa demonstração de intolerância para com o pecador, algo que jamais foi determinado pela Palavra de Deus.

– O que a Bíblia ensina é que a atitude que se deve ter com aquele que tropeça na Palavra de Deus e, mesmo advertido, mantém-se em pecado, é a atitude da misericórdia. Aquele que for devidamente disciplinado e excluído da comunhão não deve ser abandonado, mas a disciplina é um remédio para que ele sare. Por isso mesmo, deve haver contínua intercessão por ele, bem como gestos concretos para trazê-lo de volta à comunhão. Deve ser devidamente visitado, acompanhado e encorajado a deixar o pecado e a se reconciliar com o Senhor e com a Sua igreja.

– É isto que Tiago defende aqui e, mais uma vez, vemos que o irmão do Senhor está a ensinar aquilo que já fazia. Como vimos no trecho supra do livro de Eusébio de Cesareia, Tiago vivia intercedendo no templo de Jerusalém pelo seu povo, pedindo livramento e proteção a um povo que, a cada momento, persistia em rejeitar o Messias e a caminhar para a destruição da sua própria sociedade, como acabou por acontecer no ano 70.

 OBS: Aliás, é elucidativo que a primeira guerra judaico-romana, que desencadeou a destruição do templo em Jerusalém, iniciou-se em 66, ou seja, quatro anos depois da morte de Tiago, a mostrar como a oração do irmão do Senhor era eficaz.

– A disciplina é um remédio, não um veneno. Não podemos tratar os que se desviam da verdade como inimigos ou pessoas que não têm mais oportunidade de restauração. Somente um pecado não tem perdão, que é a apostasia deliberada, a blasfêmia contra o Espírito Santo. Tudo o mais pode ser alcançado pela redenção operada por Cristo Jesus, de sorte que devemos, sim, batalhar para que os “desviados da verdade” retornem à comunhão com o Senhor.

– Nos dias de hoje, entretanto, temos um outro comportamento equivocado. É o da tolerância com o pecado. Não são poucos os lugares em que, em nome de uma “misericórdia”, simplesmente não se disciplina mais, simplesmente se permite que a prática do pecado permaneça no meio do povo de Deus. Tal atitude também não tem qualquer respaldo bíblico.

Tiago faz questão de mostrar que as pessoas que se desviam da verdade são pecadoras e precisam de conversão. Como poderemos chamá-las ao arrependimento se não admitimos que estão erradas? Como poderemos chamá-las ao arrependimento se não lhes dizemos que precisam se converter, que precisam mudar a sua maneira de viver?

– Precisamos falar-lhes a verdade, sermos francos, mostrarmos que, enquanto elas estiverem vivendo no pecado, não podem participar do corpo de Cristo, não podem ser membros da igreja local, mas que é possível, sim, que elas sejam restauradas, que a multidão de seus pecados seja coberta, desde que elas mudem o seu modo de vida, desde que elas reconheçam suas culpas, peçam perdão ao Senhor e retomem uma vida de santidade e de temor a Deus.

– Cabe a cada um de nós irmos ao encontro destas pessoas e procurá-las persuadi-las a crer, novamente, em Cristo Jesus, a abandonar o pecado e a retomar uma vida de santificação. Cabe a cada um de nós sermos instrumentos da graça e da misericórdia de Deus. OBS: “…Tiago conclui sua Carta com um dos maiores e mais inspiradores pensamentos do Novo Testamento, ainda que a mesma ideia apareça mais de uma vez na Bíblia.

Suponhamos que alguém faz o mal, apartando-se da verdade; e suponhamos também que outro cristão e seu irmão na fé o resgata trazendo-o de volta ao bom caminho. Aquele que resgatou a seu irmão salvou não somente a alma de seu irmão, mas também cobriu uma multidão de seus próprios pecados. Em outras palavras: salvar a alma de outro é o meio mais seguro de salvar a própria.…” (BARCLAY, William.op.cit., p.154).

– É com esta atitude de misericórdia e de profundo amor aos que se desviam da fé que Tiago encerra a sua epístola, sem nem um epílogo ou uma expressão que desse um fecho para a carta. Tiago era muito prático e, com este conselho, considerou bem encerrada a sua palavra aos crentes de toda a igreja. Temos sido expressão do amor de Deus para com os desviados da verdade? Temos sido instrumento, em nossas ações, do amor de Deus? Temos, por fim, através de nossas obras, mostrado que somos filhos de Deus, membros em particular do corpo de Cristo?

OBS: “ … O crente que vê seu irmão desviar-se do rebanho deve procurar, com todas as suas forças, “convertê-lo” (BJ, “reconduzir”). Converter (epistrepho) pode ser aplicado a uma volta inicial a Deus para a salvação (At 14.15; 15.19; 26.18; 1 Ts 1.9), mas pode também, como neste caso, referir-se a uma volta à fé da qual uma pessoa se desviou (Mc 4.12 [ = Is 6.10]; Lc 1.16; 22.32). No versículo 20, este desvio é descrito como o caminho errado, uma frase que deveria ser traduzida por “caminho errante”, a fim de evidenciar que “errado” (plane) é cognato de “errante” (planaõ), no versículo 19.

O crente que alcança êxito em resgatar o “pecador” de seu “caminho errado” deve saber o que, afinal, foi conseguido: a alma dele foi salva da morte e cobriu-se uma multidão de pecados. Mas a alma e os pecados de quem? O texto grego é completamente ambíguo neste ponto, permitindo que a frase se aplique àquele que pecou ou à pessoa que converteu o pecador. Entretanto, a alma que foi salva da morte é, quase certamente, a alma daquele que pecou…” (MOO, Douglas J. Tiago: introdução e comentário. Trad. de Robinson Malkomes. Edição digital, p.188).

– Que este trimestre, que agora findamos, tenha podido sacudir as nossas consciências e nos fazer a sermos efetivos, eficientes e eficazes servos de Deus, mostrando, através da nossa vida, a sublimidade da salvação na pessoa de Cristo Jesus. Amém!

Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Site: http://www.portalebd.org.br/files/3T2014_L13_caramuru.pdf

BIBLIOGRAFIA DO TRIMESTRE

A bibliografia diz respeito aos estudos de todo o terceiro trimestre de 2014, não contendo bíblias e bíblias de estudo consultadas, bem assim textos esporádicos, notadamente fontes eletrônicas, cujas referências foram dadas no instante mesmo de suas utilizações.

AUSUBEL, Nathan. Trad. de Eva Schechtman Jurkiewicz. Conhecimento judaico. In: A JUDAICA. Rio de Janeiro: Koogan, 1989. vv.5 e 6.

BENTO XVI. Jesus de Nazaré – primeira parte: do batismo no Jordão à transfiguração. Trad. de José Jacinto Ferreira de Farias. São Paulo: Planeta, 2007. 330p.

CESAREIA, Eusébio de. História eclesiástica. Trad. de Lucy Imamakami (livros 1 a 8) e Luís Aron de Macedo (livros 9 e 10). Rio de Janeiro: CPAD, 1999. 415p.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5.ed. São Paulo: Hagnos, 2001. 6v.

______________. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Candeia, 2000. 7v.

______________. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Candeia, 1995. 6v.

JOSEFO, Flávio. História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: CPAD, 1990. 3v.

LOPES, Evandro de Souza. Os nomes bíblicos e seus significados. São Paulo: E.S. Lopes, 1990. 132p.

NYSTRÖM. Samuel. Jesus Cristo, nossa glória. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1981. 144p.

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