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Lição 09 – Laodiceia, uma igreja morna I

 

A carta à igreja de Laodiceia mostra-nos o perfil dos que não serão arrebatados pelo Senhor.

INTRODUÇÃO

– Na carta à igreja de Laodiceia, vemos o perfil daqueles que, embora sedizentes cristãos, não serão arrebatados pelo Senhor.

– O Senhor não Se agrada daqueles que são autossuficientes e, embora se digam cristãos, já deixaram Cristo do lado de fora de suas vidas.

I – O CENÁRIO DA CARTA À IGREJA DE LAODICEIA

– Concluindo o estudo das sete cartas que o Senhor Jesus mandou enviar às igrejas da província romana da Ásia e, com ele, o segundo bloco de nosso trimestre, que constitui a parte substancial do estudo proposto pela CPAD para este trimestre no livro do Apocalipse, estudaremos a sétima e última carta, a carta encaminhada ao anjo da igreja e, por conseguinte, à igreja de Laodiceia.

– Laodiceia, palavra que significa “que pertence a Laodice”, em referência à mulher do rei da Síria, Antíoco II, que a refundou entre 261 e 253 a.C. Era situada aproximadamente 160 km a leste de Éfeso, 17 km a oeste de Colossos e 10 km ao sul de Hierápolis, “…situada no longo espigão entre os vales estreitos dos pequenos rios Asopus e Caprus, que deságuam no rio Lico…” (Laodicea on the Lycus. In WIKIPÉDIA. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Laodicea_on_the_LycusAcesso em 17 abr. 2012) (tradução nossa de texto original em inglês). Como Antíoco II fundou várias cidades com o nome de sua mulher, ela passou a ser conhecida como “Laodiceia do Lico”, já que ficava próxima a este importante rio da Frigia (hoje Turquia). Anteriormente, Laodiceia chamava-se “Diosópolis”, isto é, “cidade de Zeus” e, posteriormente, “Rhodas”. Atualmente faz parte da região ocupada pela moderna cidade turca de Eskihisar.

– A palavra “Laodice”, nome da mulher de Antíoco II, por sua vez, é palavra que vem da composição de suas outras palavras gregas, a saber, “laos”, que significa “povo” no sentido de “pessoas comuns”, o que hoje costumamos chamar de “povão” e “edice”, cujo significado é “costumes, opiniões”. Temos, pois, que “Laodice” significa “costumes ou opiniões populares”, “costumes ou opiniões do povo”.

– “…A cidade foi destruída por um violento terremoto em 62 d.C. Foi reconstruída por seu próprio povo, que se orgulhava de havê-la reconstruído sem auxílio do Estado. As riquezas da cidade eram provenientes da excelência de suas lãs…” (OLIVEIRA, José Serafim de. Desvendando o Apocalipse: o livro da revelação, p.27). Nesta reconstrução, construiu-se um aqueduto, trazendo água tanto de Colossos quanto de Hierápolis, cidades próximas. “…A cidade de Colossos, que ficava a menos de quinze quilômetros de Laodiceia, era conhecida pelas suas águas frias e refrescantes. A cidade de Hierápolis ao norte era famosa por suas benéficas fontes de água quente. Laodiceia tinha um aqueduto de nove quilômetros de extensão que trazia para a cidade tanto a água fria como a quente e, no momento em que as águas chegavam à cidade elas estavam mornas.…” (KUHATSHEK, Jack. Trad. de Douglas M. Ferreira. Os sete pecados mortais dos estudos bíblicos e como você pode evitá-los.Disponível em: http://www.moiseslira.xpg.com.br/ossetepecados.htmAcesso em 17 abr. 2012).

– Laodiceia também era conhecida por seu gosto requintado nas artes e na ciência, tendo sido berço de grandes filósofos como os céticos Antíoco e Theoidas, discípulos de Enesidemo. Tinha também uma conhecida escola de medicina.

– O evangelho chegou a Laodiceia por intermédio de discípulos formados pelo apóstolo Paulo em Éfeso, mui especialmente Epafras (Cl.4:12,13), sendo que, pelo que se depreende do que o apóstolo escreveu em sua epístola aos colossenses, jamais ali esteve, como também nunca esteve em Colossos, embora tenha se esforçado para doutrinar aqueles crentes, tanto que, assim como fez com os colossenses, também escreveu uma carta aos laodicenses, carta que não chegou até nós (Cl.4:16), embora haja um escrito apócrifo que seria tal carta e que, inclusive, chegou a ser traduzida por Jerônimo para o latim.

– Nada se sabe sobre a identidade do anjo da igreja em Laodiceia, mas, lamentavelmente, era ele o que se encontrava em pior estado espiritual de todos os sete pastores a quem o Senhor Jesus destinou as cartas ditadas a João na ilha de Patmos, pois, nesta carta, não há qualquer elogio da parte de Cristo, somente reprovação.

– Jesus Se identifica para o anjo da igreja e, por extensão, à igreja de Laodiceia da seguinte maneira: “Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Ap.3:14).

– Notamos, de pronto, que a identificação do Senhor Jesus inicia-se com a expressão “Amém”, com a qual o Senhor Jesus encerrou a fala de ânimo ao apóstolo João quando este, ante o esplendor da glória revelada de Cristo, caíra prostrado aos pés do Senhor (Ap.1:17,18). Vemos, logo de início, que o Senhor Jesus está a finalizar o Seu ditado, está a indicar que se está diante da última carta, do último aspecto que vê em Sua Igreja, no limite mesmo do que se observa entre os que se dizem cristãos, na “extrema periferia da Cristandade”.

– “…A palavra ‘Amém’ veio sem tradução do hebraico para o grego e do grego para o português. Seu significado original traz a ideia de cuidar ou de edificar. O sentido derivado, que chegou até nós, traz a ideia de alguma coisa que é afirmada ou confirmada positivamente; este é o seu sentido original. O termo é aplicado aqui à pessoa de Cristo, por ser Ele o sim de Deus em todas as promessas (cf. II Co.1:19,20)…” (SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. 3.ed., p.59).

– “…Isto diz o Amém significa que Ele é o verdadeiro (na versão do padre Antonio Pereira de Figueiredo diz: Isto diz aquele que é a mesma Verdade, onde a palavra Verdade aparece em lugar de Amém). Querendo aceitar Sua mensagem ou não, aquela igreja precisava ouvir a verdade, e ouviu.…” (SILVA,. Osmar José da. Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.52) (destaques originais).

– Ao Se identificar como o “Amém”, o Senhor Jesus está a rememorar aquele pastor e, por conseguinte, aquela igreja de que Ele era fiel e que Sua Palavra se cumpriria, ainda que os homens não a cumprissem. Como costuma dizer o pastor Severino Pedro da Silva (Assembleias de Deus – Ministério do Belém – São Paulo/SP), embora nem todos os homens cumpram a Palavra de Deus, a Palavra de Deus se cumpre na vida de todos os homens. Era um alerta para aquela igreja de estado espiritual tão lamentável, e para nós também: “Passará o céu e a terra, mas as Minhas palavras não hão de passar” (Lc.21:33).

– Nos dias difíceis em que estamos a viver, muitos têm se iludido com os enganos deste mundo e têm achado que o que o Senhor Jesus deixou registrado na Sua Palavra são apenas “mitos”, “lendas”, “símbolos”, uma literatura ultrapassada para os nossos dias. Não sejamos daqueles que estão a escarnecer da Bíblia Sagrada, mas nos lembremos que o Senhor vela pela Sua Palavra para a cumprir (Jr.1:12). Ele é o Amém, queridos irmãos, e, por isso, jamais deixemos de crer nas Escrituras. A igreja de Laodiceia já não cria mais na Palavra de Deus e, por isso, se encontrava num estado espiritual extremamente lamentável. Será que não estamos do mesmo jeito?

– O Senhor Jesus também Se identifica como sendo “a testemunha fiel e verdadeira”. Esta expressão lembra-nos uma bem similar, com a qual o Senhor Jesus é identificado por João na abertura do preâmbulo das sete cartas e do próprio livro do Apocalipse, em Ap.1:5, quando o Senhor é apresentado como “a fiel testemunha”. Aqui, temos uma reforço a esta ideia, sendo Ele visto como “a testemunha fiel e verdadeira”.

– “…o Senhor, pela Sua onisciência, estava testemunhando pessoalmente o estado espiritual daquela gente. Fiel, porque ainda os crentes de Laodiceia sejam infiéis, Ele, todavia, continuará sendo fiel e, em hipótese alguma, ousaria bajular os indiferentes espirituais, mas, na Sua fidelidade, estará dizendo aquilo que precisam ouvir, mesmo que não lhes seja agradável, pois não pode negar a Si mesmo.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.52).

– Ao Se identificar como “testemunha fiel e verdadeira”, o Senhor Jesus também lembra aos laodicenses que todo discípulo Seu tem de ser “testemunha” (At.1:8) e, para tanto, faz-se mister que seja um fiel cumpridor da Bíblia Sagrada, pois é ela que testifica de Cristo (Jo.5:39). O verdadeiro cristão não é um ouvinte esquecido das Escrituras, mas um cumpridor do que nela está; não é alguém que se contenta com falsos discursos, mas alguém que vive da forma determinada por Deus na Sua revelação ao homem, que é o que se encontra no Divino Livro (Tg.1:22-25).

– Somente se pode ser “testemunha fiel e verdadeira de Jesus” se honrarmos o compromisso assumido com o Senhor, quando de nosso batismo nas águas, de Lhe ser fiel até a morte, obedecendo-Lhe em tudo, como também de seguirmos tudo quanto se encontra na Sua Palavra, que é a Verdade (Jo.17:17). Temos sido assim, amados irmãos?

– Mas, por fim, o Senhor Jesus Se identifica como sendo “o princípio da criação de Deus”, expressão que nos remete ao que o apóstolo Paulo havia escrito aos colossenses, carta que, por sinal, foi lida também aos crentes de Laodiceia (Cl.4:16), quando afirmou que o Senhor Jesus é “…imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque n’Ele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele. E Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por Ele. E Ele é a cabeça do corpo, da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que, em tudo, tenha a preeminência” (Cl.1:15-18).

– O Senhor Jesus como que relembra àqueles crentes de Laodiceia este ensino do apóstolo, fazendo-os rememorar que o Senhor é a razão de ser de nossa existência, que, sem Ele, não há como pensarmos em ter vida espiritual, que, sem Cristo, nada importa, nada tem significado, algo que, como haveremos de verificar, os crentes laodicenses haviam se esquecido para sua própria desgraça.

II – O EXAME DOS DEFEITOS DA IGREJA DE LAODICEIA PELO SENHOR JESUS

– Como já tivemos ocasião de anotar, inclusive nesta lição, a igreja de Laodiceia é a única igreja em que o Senhor Jesus não aponta qualquer qualidade, não faz qualquer elogio. “…Das sete mensagens, é a mais triste. Enquanto as igrejas de Esmirna e Filadélfia não têm coisa alguma de censura, Laodiceia não tem nada de aprovação.…” (OLIVEIRA, José Serafim de.op.cit., p.27). Encontramo-nos aqui no outro extremo do quadro apresentado pelo Senhor para a totalidade da Igreja: o extremo da apostasia, o extremo do desvio espiritual.

– Não havendo o que elogiar àquele pastor e, por extensão, àquela igreja, o Senhor Jesus, após repetir a frase que sempre antecede ao Seu exame imparcial em todas as igrejas, a saber, “Eu sei as tuas obras”, vai direto ao ponto: a mornidão espiritual ali existente: “…nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca” (Ap.3:15,16).

– “…Conheço as tuas obras, que não és frio nem quente. Se a mensagem do Senhor tivesse se reduzido apenas a estas palavras, teríamos a impressão de ser um elogio. Nem frio, nem quente. Não incomoda ninguém, está tudo bem. Conforma-se com qualquer situação. Deus nos guarde do conformismo com as coisas que desagradam ao Senhor, muitas vezes, ou via de regra, por conveniência própria. A este comportamento, o Senhor chama de morno. (…) precisamos fugir da mornidão, do indiferentismo.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.27).

– “…Está em foco o indiferentismo. Quer ser salvo, mas não quer viver como salvo. Quer ser cristão, mas não quer levar a cruz. Quer ir para o céu, mas não admite andar pelo caminho do Evangelho. Gosta de ouvir o Evangelho, desde que não lhe fira a consciência. Prefere sermões requintados de palavras boas, menos doutrina. Diz que tem o Espírito Santo, mas não permite alguém glorificar a Deus. Abandona a idolatria, mas idolatra seus próprios bens. Rejeita o culto ao imperador, mas traz para dentro dos cultos os mesmos cerimoniais. Não aceita as músicas mundanas, mas traz a música mundana para dentro da igreja. Rejeita a doutrina dos nicolaítas, mas permite seus crentes viverem em fornicação e adultério etc..” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.53).

– “…Em toda a extensão da Bíblia, a palavra ‘morno’ é usada somente aqui. Três temperaturas são mencionadas neste versículo: ‘Frio’, ‘Quente’ e ‘Morno’. Mas a intermediária foi considerada por Jesus Cristo a pior de todas elas, pois expressa apatia espiritual…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.60).

– Jesus refere-Se à “mornidão”, nesta passagem exclusiva das Escrituras, pois sabe que está a falar com um grupo de crentes que bem entendia o significado de ser “morno”. Como já vimos, Laodiceia, após ser vitimada por um terremoto, construiu um aqueduto para lhe trazer água das duas cidades mais próximas, Colossos e Hierápolis. No entanto, as águas de Colossos eram frias, enquanto as de Hierápolis, quentes. O resultado é que as referidas águas, ao se misturarem em Laodiceia, tornaram-se mornas e impróprias para o consumo.

– A mornidão aqui, portanto, revela o desagrado do Senhor Jesus com a mistura que se verificava naquela igreja, a começar de seu pastor. Se os pastores de Tiatira e de Pérgamo foram repreendidos porque deixavam que o mundo se infiltrasse nos rebanhos do Senhor sob os seus cuidados, embora, pessoalmente, fossem homens santos e fiéis a Deus, aqui o quadro é ainda pior: o próprio pastor havia se misturado com o mundo, ele próprio tinha uma vida sem santidade e de comunhão com o pecado.

– A mistura com o mundo é aqui reprovada pelo Senhor Jesus. Muitos, equivocadamente, acham que é melhor ser “frio espiritual” do que ser “morno“. Não é isto que o Senhor Jesus está a dizer aqui! Frio, no contexto, não é diferente de quente. O frio refere-se às águas de Colossos, que eram naturalmente frias; o quente, às águas de Hierápolis, que eram naturalmente quentes.

– O frio e o quente indicam aqui o que é natural, o que é genuíno, o que é autêntico. Jesus quer que sejamos verdadeiros, autênticos, sinceros, que mantenhamos a natureza que recebemos quando O recebemos como Senhor e Salvador, quando nascemos de novo (Jo.3:3). Assim como Ele, temos de ser “testemunhas fiéis e verdadeiras”.

– No entanto, o pastor de Laodiceia e, por extensão, aquela igreja haviam se descuidado espiritualmente e estavam, agora, misturados com o mundo, com o pecado. Embora tivessem nascido de novo, não tinham prosseguido como novas criaturas e passaram a ter uma mentalidade mundana, passaram a se envolver com as coisas desta vida, passaram a ter comunhão com o pecado e, por causa disto, estavam “mornos”, i.e., misturados, não tinham mais a autenticidade e a sinceridade de uma vida santa e baseada na Palavra de Deus.

– Haviam se envolvido com o pecado e com os valores mundanos e, por amarem o mundo, o amor do Pai não mais neles estava (I Jo.2:15). Havendo sido iluminados uma vez pela luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:4), tendo provado o dom celestial e sido feitos participantes do Espírito Santo, tendo provado a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro, tinham recaído (Hb.6:4,5), amando o presente século, a exemplo de Demas (II Tm.4:10).

– A mornidão espiritual, portanto, não é um estado de esfriamento da fé ou do amor tão somente, não se confunde com o abandono do primeiro amor verificado na igreja de Éfeso, mas é algo mais tenebroso e grave, visto que é o envolvimento com o mundo, a perda da pureza, a perda da santidade, a perda da separação do pecado. É o mundanismo que, apenas tolerado nos casos de Pérgamo e Tiatira, agora passa a ser a própria conduta, a própria maneira de viver da igreja.

– Se em Pérgamo, o ensino do mundanismo era permitido pelo pastor; se em Tiatira, o ensino do mundanismo era tolerado e já dominava boa parte da igreja; se em Sardes, a morte espiritual do líder estava a se alastrar pelo povo, em Laodiceia, o mundanismo era o cotidiano, o dia-a-dia do líder e da igreja. Que tristeza!

– Em nossos dias, é esta a principal marca da esmagadora maioria dos que cristãos se dizem ser. A apostasia, ou seja, o desvio espiritual, a contaminação com o pecado e com o mundo, a mistura com o mundanismo é a característica principal dos derradeiros dias da Igreja sobre a face da Terra.

– O apóstolo Paulo foi bem incisivo ao mostrar aos crentes de Tessalônica que a vinda do Senhor não precederia a apostasia generalizada (II Ts.2:1-3), cujo ápice se dará com o surgimento do Anticristo, que centralizará na sua abominável pessoa todo o desvio espiritual, toda rebelião contra Deus.

– A consequência da mornidão espiritual é terrível. O Senhor Jesus diz que “vomitará da Sua boca” aquele pastor e, por extensão, aquela igreja. Certamente, esta imagem era bem conhecida pelos laodicenses que, com o episódio das águas mornas de seu aqueduto, devem ter presenciado centenas e centenas de concidadãos vomitando por causa da ingestão daquela água morna. Até hoje, aliás, é comum se utilizar de água morna para estimular o vômito quando este é necessário em qualquer ocasião.

– “…Vômito ou êmese é a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. O vômito é, ao mesmo tempo, um sinal e um sintoma bastante desagradável que pode assustar muito a pessoa atingida. Pode ocorrer nas doenças do labirinto, nas intoxicações, nas obstruções intestinais e como resposta do organismo a dores muito intensas.…” (Vômito. In: WIKIPÉDIA. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%B4mitoAcesso em 17 abr. 2012). Como se verifica, trata-se de uma “expulsão ativa” de algo que se encontra no interior do organismo, como resposta a um mal-estar gerado.

– O Senhor Jesus diz, claramente, que os crentes de Laodiceia, por terem abandonado a verdade do Evangelho, por terem se misturado com o mundo, seriam expulsos do interior do corpo de Cristo, seriam manifestados como nocivos ao corpo num determinado momento. O próprio Senhor Jesus, como cabeça da Igreja, Se encarregará de retirar do interior do Seu corpo elementos que não fazem parte do organismo, que estão apenas a causar mal-estar, a desagradá-l’O.

– Enquanto que a igreja de Filadélfia recebe a informação da parte do Senhor de que será poupada da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, a igreja de Laodiceia é avisada de que, ao contrário, será lançada no mundo, será expulsa do corpo de Cristo, será jogada, com todo o seu odor, com toda a sua acidez, no meio do mundo que ela tanto ama, para ali sofrer a ira divina. Que Deus nos guarde, amados irmãos!

– Esta dura expressão do Senhor Jesus encontra um paralelo no que é escrito pelo salmista no Sl.1. Ali, deixa-se bem claro que “…os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores, na congregação dos justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios, perecerá” (Sl.1:5,6). Não nos iludamos, amados irmãos, o Senhor está a ver claramente quem é crente ou quem apenas finge sê-lo.

– “…O estado de mornidão na criatura que aceita a Cristo e não O segue com sinceridade é muito triste sob vários aspectos: (a) fica ‘coxeando’ entre dois pensamentos’ (I Rs.18:21), à semelhança da ‘onda do mar’ (Tg.1:16); (b) ‘O seu coração está dividido’ (Os.10:2a); (c) Ele serve ao Senhor, ‘…porém não com o coração inteiro’ (II Cr.25:2b); (d) ‘É um bolo que não foi virado’ (Os.7:8b). São eles, em nossos dias, os que querem servir a Deus e às riquezas (Mt.6:24) e, por cuja razão, ficam pendurados ‘entre o céu e a terra’ como Absalão, o jovem ambicioso (cf. II Sm.18:9). (…). Laodiceia, em suma, representa a igreja ‘morna’ que Jesus ‘vomitará’ no dia do arrebatamento…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., pp.60-1).

– Como se não bastasse esta situação espiritual de envolvimento com o mundo que selava o destino daquela igreja para fora do corpo de Cristo, havia, ainda, um sentimento de autossuficiência inadmissível para quem cristão se diz ser. O Senhor Jesus afirma que aquele pastor e, por extensão, aquela igreja, dizia: “Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta” (Ap.3:17a).

– Tal expressão do anjo da igreja em Laodiceia mostra como a mistura com o mundo havia se tornado uma maneira de viver, como aqueles crentes haviam se amoldado à mentalidade mundana. A mistura com o mundo lhes havia feito perder a própria consciência espiritual, estavam totalmente dominados por uma mente voltada única e exclusivamente para as coisas desta vida, tinham deletado de suas vidas a perspectiva da eternidade.

– Laodiceia, como vimos, era uma cidade materialmente próspera, a ponto de, no terremoto de 62 d.C., ter dispensado qualquer ajuda do governo romano para a sua reconstrução. Esta opulência material tinha, também, atingido, pelo que se pode observar, a igreja que, ao contrário de Esmirna, não sofria qualquer restrição material por parte do governo romano, até porque era uma igreja completamente integrada na maneira de viver daquela cidade.

– É realmente triste quando, para ter popularidade, simpatia, para desfrutar das benesses que o mundo oferece, o que cristão se diz ser prefere se amoldar à mentalidade mundana para “levar vantagem em tudo”. É lamentável quando alguém abre mão da sua santidade, dos valores da Palavra de Deus, para ter posição, fama, reconhecimento, prestígio ou, simplesmente, para ter aceitação entre os que não servem a Deus. É trágico quando alguém não quer ser “radical”, para ser um “cristão esclarecido”, um “cristão moderno”, um “cristão antenado com o seu tempo”.

– A mentalidade da “mornidão espiritual” é materialista, busca, antes de mais nada, um bem-estar material, corre atrás, a exemplo dos gentios, do “suficiente para comer, beber e vestir” (Mt.6:31,32).

– A mentalidade da “mornidão espiritual” é hedonista, busca, antes de mais nada, a satisfação das necessidades instintivas, que não são postas sob controle, procurando o prazer e a satisfação como metas a serem alcançadas. Quer-se a felicidade “aqui e agora”. É, como ouviu de alguns o professor Aristóteles de Alencar Torres Filho (Assembleia de Deus – Ministério do Ipiranga – São Paulo/SP), a turma que “quer curtir primeiro para depois subir”.

– A mentalidade da “mornidão espiritual” é egocêntrica, busca, antes de mais nada, satisfazer o próprio “eu”, “eu” que se encontra bem pronunciado nos dizeres do pastor de Laodiceia, que mostra estar preocupado com a sua riqueza, o seu enriquecimento e a sua suficiência. É, precisamente, a mentalidade encontradiça nos últimos dias, onde as pessoas são “amantes de si mesmas”, “mais amigas dos deleites do que de Deus” (II Tm.3:1-4).

– A mentalidade da “mornidão espiritual” é satânica, pois está a atender à proposta que o diabo fez a Eva no Éden, na medida em que defende que se busque uma vida independente de Deus (Gn.3:4,5), em que se defende que o homem, sem Deus, pode viver sem qualquer problema ou dificuldade. “De nada tenho falta”, dizia o pastor de Laodiceia, esquecido do que Jesus havia dito: “…sem Mim, nada podeis fazer” (Jo.15:5 “in fine”). O homem é posto no centro, como se ele pudesse se fazer Deus. Temos aqui um “falso humanismo”, que tanto tem caracterizado o nosso tempo.

OBS: Perspicazes, a este respeito, são as palavras do atual chefe da Igreja Romana, que vale a pena aqui transcrever: “…Como afirmou meu predecessor o Papa João Paulo II, temos que nos perguntar ‘ se o homem, enquanto homem, no contexto deste progresso, está melhor, quer dizer, mais maduro espiritualmente, mais consciente da dignidade da sua humanidade, mais responsável, mais aberto aos demais (Redemptor hominis, 15). O antropocentrismo que caracteriza a modernidade não pode jamais se separar de um reconhecimento da plena verdade sobre o homem, o que inclui a sua vocação transcendente…”( BENTO XVI. Discurso aos participantes do Encontro Europeu de Professores Universitários. 23 jun. 2007. Disponível em:http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/june/documents/hf_ben-xvi_spe_20070623_european-univ_sp.htmlAcesso em 17 abr. 2012) (tradução nossa de texto original em espanhol).

– A “mornidão espiritual” representa o oposto daquilo que o Senhor Jesus veio trazer para a humanidade. Como “semente da mulher”, Jesus veio trazer inimizade entre o homem e o inimigo de nossas almas, restaurando a amizade entre Deus e o homem. A “mornidão espiritual” representa a assunção de uma postura de independência em relação a Deus, ou seja, precisamente o se fazer inimigo de Deus, uma vez que se opta por ser amigo do mundo (Tg.4:4). Por isso, é a adoção de uma conduta anticristã e, por isso mesmo, os que assim agem são “vomitados” pelo Senhor para fazer companhia ao Anticristo.

– No entanto, a situação espiritual daquele pastor e, por extensão, daquela igreja, era bem diferente daquela “ilusão de ótica”. Enquanto aqueles crentes se achavam ricos e autossuficientes e que de nada tinham falta, o Senhor Jesus apenas via “…um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (Ap.3:17).

– A primeira característica real daquele pastor era ser “um desgraçado”. Na Bíblia de Jerusalém, inclusive, esta expressão é considerada como sendo a suma de todas as demais características. Ali consta: “…Não sabes, porém, que és tu o infeliz: miserável, cego, pobre e nu!”.

– Com efeito, o primeiro e principal problema daquela igreja foi a de terem perdido a graça de Deus. Haviam deixado o Senhor Jesus de lado e, sem Cristo, não há como desfrutarmos da graça de Deus, porque Ele é a graça de Deus que Se manifestou trazendo salvação a todos os homens (Tt.2:11). Quando abandonamos a Cristo, o que acontece quando não mais observamos a Sua Palavra, pois Ele é o Verbo (Jo.1:1-3), ficamos “sem graça”, ficamos “desgraçados”.

– Quantos desgraçados existem no mundo atualmente! Quantos que não mais levam Cristo Jesus em conta no seu dia-a-dia, na sua maneira de viver. Quantos que já não mais têm tempo para sequer ler a Palavra de Deus, quanto mais levá-la em consideração em suas decisões, em suas atitudes! São desgraçados, pessoas que podem ter alguma relevância social, política ou econômico-financeira, mas que, espiritualmente, estão completamente irrelevantes. Será que estamos deste jeito, amados irmãos?

– A primeira das características do “desgraçado” é que ele é “miserável”. Enquanto aquele pastor se achava “enriquecido”, fazendo parte da nata da opulência material daquela cidade, o Senhor o via como um “miserável”. Havia “miséria”, ou seja, “estado de sofrimento muito grande; infelicidade, desgraça, desventura; estado de carência absoluta de meios de subsistência; indigência, penúria” (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). Enquanto o pastor dizia “que nada tinha falta”, o Senhor estava a lhe dizer que “ele tinha falta de tudo”. Espiritualmente, ele era um verdadeiro “zero à esquerda”, assim como a sua igreja. Em Sardes, embora o pastor estivesse morto espiritualmente, ainda havia alguns “que estavam para morrer”. Em Laodiceia, ninguém mais estava vivo. Que desgraça!

– A segunda das características do “desgraçado” é que ele é “pobre”. “…Conceito de riqueza do mundo não é o mesmo  conceito de riqueza de Deus. Alguns podem ser muito ricos de bens materiais, e pobres para Deus, como foi o caso da igreja de Laodiceia; ou carentes de bens materiais, e ricos para com Deus, como foi o caso da igreja de Esmirna.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.28).”…Esta igreja pensava ser rica e não ter falta de nada, porque estava confiando no seu potencial econômico e financeiro, pensava que sua vida espiritual do jeito que era estava bom demais. Nela imperava a lei do ‘isso não faz mal’.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.54) (destaque original).

– O pastor de Laodiceia havia sido um “despenseiro infiel” (cf. I Co.4:1,2) e, em virtude disto, a igreja estava pobre, sem qualquer recurso espiritual. A busca pelas coisas desta vida e o envolvimento com o pecado e com o mundo acarretaram a perda de todos os recursos. Não havia mais quaisquer “mistérios de Deus” naquela igreja, que, voltada para o mundo e para o pecado, voltada para o bem-estar material, já não desfrutava de qualquer “mistério de Deus”, a começar do principal e fundamental, de onde todos os demais decorrem, que é o próprio Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl.2:2,3), como os laodicenses tinham conhecimento desde quando a carta aos colossenses havia sido lida para eles décadas atrás.

– A terceira das características do “desgraçado” é que ele é “cego”. Tendo havido o abandono da Palavra de Deus, não havia outro destino senão a cegueira, pois a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho (Sl.119:105). Tendo havido o envolvimento com o mundo e a aceitação da proposta diabólica de uma vida independente de Deus, não havia outro destino senão a cegueira, pois a mente é envolvida pelo deus deste século, que impede o homem de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (II Co.4:3,4). É muito triste verificar que pessoas que, uma vez já haviam sido iluminadas pelo Evangelho, estavam agora novamente sem visão espiritual!

– A quarta das características do “desgraçado” é que ele é “nu”. Tendo havido o abandono de Cristo e de Sua Palavra, o envolvimento com o pecado, a consequência inevitável é a perda das “vestes da salvação” (Is.61:10). Assim como ocorrera no Éden, quando, após o pecado, o primeiro casal percebeu que estava nu (Gn.3:7), do mesmo modo, aqueles crentes, por terem se envolvido com o pecado e o mundo, estavam novamente nus.

– A nudez espiritual é resultado da falta de vigilância na vida espiritual e, por conseguinte, do envolvimento com o mundo (Ap.16:15). O envolvimento com as coisas desta vida, a falta de atenção à eternidade, o esquecimento do que nos aguarda no além desta vida terrestre caracteriza bem a nudez espiritual, pois se não levarmos em conta a eternidade, se não nos mostrarmos atentos e vigilantes com a vida espiritual, seremos achados nus (II Co.5:1-3). Que Deus nos guarde, amados irmãos!

– Na perspectiva histórica que faz corresponder cada carta a um período da história da Igreja, vemos que a igreja de Laodiceia, conforme visto na lição anterior, convive com a igreja de Filadélfia, faz parte do último período da Igreja sobre a face da Terra, iniciado em meados do século XVIII, quando os avivamentos dão início à retomada da missão, agora em escala mundial, e ao ressurgimento do fervor espiritual com a retomada do batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais.

– No entanto, ao mesmo tempo em que se tem tal movimento extraordinário, de recuperação completa do que havia na igreja primitiva, há, também, o início de uma apostasia nunca antes observada.

– Se, ao longo da história da igreja, surgiram os graves desvios doutrinários que levaram ao surgimento de movimentos como o Romanismo, o fato é que, a partir do século XVIII, vemos, com grande intensidade, a contaminação da igreja com valores, princípios e filosofias que, mais do que desvios doutrinários, representam a própria negação da doutrina cristã.

– Assim, muitos que cristãos se dizem ser se envolveram com o racionalismo que surgiu no movimento conhecido como Iluminismo ou Ilustração, que, inclusive, chegou até mesmo à teologia, passando muitos a duvidar das Escrituras como Palavra de Deus, passando a ver a Bíblia como um livro qualquer, quando não, como um “conjunto de mitos” e de “lendas”. Surge daí o chamado “liberalismo teológico”, que tantos males causaram e têm causado à igreja.

– “…Não podemos falar da apostasia da Igreja cristã no contexto mundial sem mencionar aquilo que acredito ser a sua principal causa, pelo menos em tempos mais recentes. Refiro-me à prevalência do liberalismo teológico nos seminários das principais denominações históricas a partir do séc. XVIII. Existe algo no liberalismo teológico que conduz a igreja inevitavelmente a separar-se e afastar-se daqueles pontos principais que sempre identificaram a Igreja cristã desde o período apostólico, em maior ou menor medida…” (LOPES, Augustus Nicodemus. A apostasia na Igreja no contexto mundial. In: SANTANA, Uziel (org.). Apostasia, Nova Ordem Mundial e Governança Global, pp.80-1).

– Como afirma Augustus Nicodemus Lopes, este liberalismo teológico é o responsável direto pela promoção do chamado “macroecumenismo”, i.e., “…a unidade essencial das diferentes religiões, validando sistemas de crenças bastante diferentes do cristianismo…”, que nada mais é, dizemos nós, que a antessala da religião única a ser promovida pelo Falso Profeta para que haja a adoração do Anticristo.

– É deste liberalismo teológico, também, temos o abandono de concepções e novas posturas dentro da Igreja a respeito do feminismo, do homossexualismo e de tantas outras questões que levaram muitos segmentos a partir para uma mentalidade mundana e a aceitar, em “suas igrejas”, coisas como a ordenação de mulheres e a própria aceitação do homossexualismo como algo que não seja pecaminoso.

– Muitos que cristãos se dizem ser se deixaram tomar pelo individualismo crescente que começou a imperar e a entender-se como “verdadeiros deuses”. A “mentalidade revolucionária”, surgida com o Iluminismo e que, depois, se desenvolveu com o socialismo e suas variações, também chegou até os que cristãos se dizem ser, que passaram a se revoltar contra tudo e contra todos, inclusive contra Deus. São pessoas que, embora se digam servas do Senhor, são orgulhosos espirituais, arrogantes, que não aceitam seguir a Cristo, ter-Lhe por Senhor, mas se acham “donos de seus próprios narizes”. Desprezam, por completo, a Verdade, passam a ser eles próprios os construtores de “suas verdades”, querendo que Deus Se amolde a eles, em vez de eles se amoldarem a Deus.

– Como diz Watchman Nee: “…A opinião da maioria é a opinião aceita; uma vez que a maioria  esteja a favor, está tudo bem. Esta é a Laodiceia. Em outras palavras não são os padres que dominam, nem os pastores nem o Espírito Santo, mas é a opinião da maioria que conta. Aqui, não são irmãos, mas homens. Laodiceia não se posiciona na posição de irmão; antes, são homens que estão aqui concordando com a vontade da carne. Todos levantam a mão, e isto é tudo.…” (A ortodoxia da Igreja. 5.ed. E-book doado por Samuel Cardoso Espíndola exclusivamente parahttp://ebooksgospel.blogspot.comAcesso em 08 mar. 2012 , p.38).

– Muitos dos que cristãos se dizem ser se deixaram levar pelo orgulho espiritual e o resultado disto foi o surgimento de um sem-número de heresias e seitas (Testemunhas de Jeová, Mormonismo, Moonismo, Teologia da Prosperidade, Teologia da Libertação etc. etc. etc.), a tumultuar grandemente a vida espiritual de muitos e a complicar grandemente a evangelização do mundo.

– Tais movimentos, que crescem assustadoramente, estão a se enlaçar com o movimento Nova Era, este sutil movimento que já prepara a instalação da “Era de Aquário”, ou seja, do período “pós-cristão”, com ele envolvendo-se de forma perigosa e que selará o vômito do corpo de Cristo por ocasião do arrebatamento da Igreja. Não admira, pois, o envolvimento cada vez maior de lideranças que se dizem cristãs com segmentos como a Maçonaria, o Ecumenismo, o Diálogo Interreligioso e suas bandeiras de absoluta tolerância com o pecado e do relativismo ético e moral.

– Não é à toa que, em uma série de estudos realizados no Vaticano em 2007, o cardeal italiano Giacomo Biffi, afirmou que “…o Anticristo se apresenta como ecologista, pacifista e ecumenista” e que “…reduzirá o Cristianismo a apenas um conjunto de valores…”, dispensando “…o encontro pessoal com Cristo…” como condição para a salvação. É este movimento que, convivendo com os cristãos autênticos e genuínos, será deixado por Cristo aqui na Terra por ocasião do arrebatamento.

– “…O que se pode perceber pelos ensinamentos é que há, nestes últimos tempos, duas igrejas intitulando-se seguidoras de Cristo. A de Filadélfia e a de Laodiceia. Embora todas as sete igrejas representem, em certo sentido, alguma unidade cristã ou vida de pessoas da igreja cristã em todos os tempos. Destacam-se, porém, estas duas últimas neste tempo do fim. Uma perseverante, guardando a Palavra de Deus, Filadélfia. Outra morna, coitada, miserável, pobre, cega e nua, Laodiceia. Independentemente de denominação religiosa, estes dois tipos estão andando juntos. Vamos chamar aqui de Igreja Fiel, a de Filadélfia. E Igreja paralela, a de Laodiceia.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., pp.51-2) (destaques originais).

– “…Hoje, podemos encontrar Filadélfia e também Laodiceia. Ambas são bastante parecidas em sua posição como igreja. A diferença é que Filadélfia tem amor, enquanto Laodiceia tem orgulho. Não há diferença na aparência exterior; a única diferença é que Laodiceia é uma Filadélfia orgulhosa…” (NEE, Watchman. op.cit., p.38).

– “…É lamentável observar que muitos cristãos, nos dias atuais, estão em ‘Laodiceia’ e muitos de Filadélfia estão de malas prontas para mudar-se para a igreja de ‘Laodiceia’. ‘Pelos frutos conhecereis’. Crentes acomodados, satisfeitos, são meros espectadores no culto, não oram, não adoram ao Senhor, não O glorificam, não buscam os dons espirituais, são indiferentes, vivem sem entusiasmo; podem ser bons religiosos, mas estão em Laodiceia, fazem parte da igreja paralela.…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.55) (destaque original).

III – A MENSAGEM DO SENHOR JESUS PARA A IGREJA DE LAODICEIA

– Diante de um quadro tão nefasto, onde não há senão reprovação, poder-se-ia esperar, da parte do Senhor Jesus, uma mensagem de condenação, como, aliás, não são poucos os que cristãos se dizem ser costumam transmitir para os que caem da fé, para os que se desviam espiritualmente.

– O Senhor Jesus, porém, é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8). Está glorificado, assim Se apresentou a João, mas continua sendo o mesmo Cristo que não veio para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele (Jo.3:17). O quadro era grave, mas não era irreversível, porque o Senhor ainda não tinha vomitado aquele pastor e, por extensão, aquela igreja. Ainda estava aberta a oportunidade para que retornassem à graça de Deus, ainda estávamos no “ano aceitável do Senhor” (Lc.4:19).

– “…O Senhor falou duramente porque repreende e castiga a quem Ele ama. Ele usa da Sua misericórdia, bate à porta da consciência, deseja entrar em sua casa, isto é, em sua vida e fazer uma reconciliação com o crente morno. Jesus tem interesse de reavivar espiritualmente e aquecer a presença do Espírito Santo na vida dos cristãos da igreja paralela…” (SILVA, Osmar José da. op.cit., p.54).

– Por isso, o Senhor, em vez de trazer uma sentença de morte àquele pastor e, por extensão, àquela igreja, a exemplo do que fez com as demais igrejas, apresenta uma mensagem de salvação, de esperança: “Aconselho-te que de Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” (Ap.3:18).

– “…Como que um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu pode comprar alguma coisa? Porque a moeda celestial não é a mesma deste mundo. O dólar, o euro, o real, ou qualquer outra moeda corrente neste mundo nada valem para Deus. Elas só têm valor aqui, mas de nada valem para aquisição de bens espirituais (At.8:18-23; Is.55:1)…” (OLIVEIRA, José Serafim de.op.cit., p.28).

– O ouro representa a divindade, a glória de Deus. Era necessário que os crentes de Laodiceia buscassem a glória de Deus, buscassem as “…coisas que são de cima, e não as que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl.3:2,3). Comprar “ouro provado no fogo” era “pagar o preço” para ter uma vida de intimidade com Deus, era dar prioridade às bênçãos espirituais, à comunhão com o Senhor, mesmo que, com isso, sofressem as mesmas agruras que estavam a sofrer os esmirnitas. É abandonar tudo para servir Aquele que tudo abandonou por nós. Estamos dispostos a pagar este preço, ou estamos a preferir o comodismo daqueles que só desejam agradar a si mesmos e ao mundo?

– O ouro, ademais, era “provado no fogo”, ou seja, era puro. Não há como convivermos com o pecado, se quisermos entrar no céu. Não há como servirmos a Deus se não nos apartarmos do pecado, pois, senão, por mais que tenhamos feito neste mundo, receberemos de Cristo um “não vos conheço”, já que não houve, de nossa parte, o apartar-se da iniquidade (Mt.7:22,23): “…O Senhor conhece os que são Seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (II Tm.2:19b).

– Somente buscando a glória de Deus, dando prioridade às “coisas de cima” e se mantendo em santidade, é que poderemos enriquecer espiritualmente. As riquezas espirituais nada têm que ver com o bem-estar material. Aprendamos isso enquanto é tempo!

– O Senhor Jesus manda, também, que aquela igreja também comprasse “vestidos brancos”. A santificação é indispensável para quem quer ser arrebatado por Cristo Jesus e, assim, ser poupado da ira vindoura. É preciso pagar o preço da santificação, preço este que representa a mortificação da carne, da natureza pecaminosa que existe em nós e que somente será tirada no dia da glorificação. Devemos estar crucificados com Cristo e vivermos uma vida na fé do Filho de Deus (Gl.2:20). Sem estas “vestes brancas”, não seremos achados dignos de andar com o Senhor Jesus para sempre (Ap.3:4,5).

– Os que não se vestissem de branco, teriam a sua nudez espiritual denunciada. Todos veriam a “vergonha da tua nudez”. Coisa triste, amados irmãos, é observar, nos cada vez mais frequentes escândalos a envolver cristãos que se dizem ser, como muitos têm deixado “aparecer a vergonha de sua nudez”. Não se arrependeram quando admoestados pelo Senhor e agora são mostrados em toda a sua nudez para todos os homens. Que jamais venhamos a ser veículo de tais escândalos, pois, como disse o Senhor Jesus, era melhor que os tais se tivesse atirado ao mar com uma pedra no pescoço (Mt.18:6).

– Por fim, o Senhor Jesus aconselha aquele pastor e, por extensão, aquela igreja que adquirissem colírio para ungir os seus olhos, a fim de que pudessem novamente ver o reino de Deus. A alusão aqui ao colírio tem a ver com a cidade de Laodiceia, que, como já vimos, tinha uma grande escola de medicina e, “…segundo alguns historiadores (…) em Laodiceia, havia uma escola de medicina que fabricava pó oftálmico. Mas a “terra frigia” (cinza da Frigia?) não curava a cegueira espiritual da Igreja…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.62).

– “…Aqui está se falando de cegueira espiritual, perda da visão das coisas celestiais (Sl.119:18). Não nos convém permitir que bens materiais ou preocupações com coisas transitórias turvem a nossa visão de bens superiores, daquilo que Deus preparou para os fiéis.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).

– “Colírio é um medicamento para ser aplicado nos olhos e pálpebras, ou seja, de uso tópico. É basicamente composto de água e outros componentes como cloridato de nafazolina e sulfato de zinco heptahidratado, para assim estar umidecendo o globo ocular. O colírio também pode ser usado por oftalmologistas para a dilatação da pupila” (Colírio. In: WIKIPÉDIA. Disponível em:http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%ADrioAcesso em 17 abr. 2012). Como se verifica, o colírio tem a função de tirar a “secura” dos olhos. Composto basicamente por água e outras substâncias, faz com que se tenha uma visão saudável.

– O colírio espiritual aqui mencionado por Cristo é, basicamente, a aplicação da Palavra de Deus e do Espírito Santo à vida espiritual do crente, a fim de que, nascendo ele de novo, possa ver o reino de Deus e, nascendo da água e do Espírito, possa entrar no reino de Deus (Jo.3:3,5). Sem estes meios de santificação, jamais poderemos ver o Senhor (Hb.12:14).

– O Senhor afirmava que havia repreendido aquela igreja porque a amava, apesar de toda a apostasia ali existente. Deus nos ama, queridos irmãos, por isso não temos de ter vergonha de nos reconciliarmos com Ele e voltarmos a ter uma vida reta e sincera diante d’Ele.

– Muitos têm tido uma vida espiritual miserável, porque receiam confessar seus pecados, tendo em vista que serão discriminados na igreja local, perderão seus postos e cargos. Nada disso importa! O importante é que Deus nos ama e está pronto a nos perdoar, se deixarmos os nossos maus caminhos e pensamentos e nos convertamos a Ele de todo o coração (Is.55:6,7). Se os homens, por causa de nossa confissão, não nos perdoarem mais, se não se esquecerem de nossos pecados, pouco importa. O importante é saber que Deus deles nunca mais Se lembrará (Mq.7:18,19; Hb.8:12; 10:17).

– “…O Senhor ama até os mornos que estão para serem vomitados da Sua boca. O Senhor não deseja que alguém se perca, que ninguém se desvie da verdade. Ele quer aquecer os frios e despertar os mornos.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit.,, p.29).

– Para que se fizessem tais aquisições, era mister que aquela igreja fosse zelosa e se arrependesse (Ap.3:19). Era necessário que os laodicenses voltassem a observar a sã doutrina, retornassem a guardar a Palavra de Deus e se arrependessem, mudassem de atitudes, mudassem de mentalidade. Mais uma vez vemos que chave de tudo é o arrependimento dos pecados.

– Jesus, então, mostra toda a Sua disposição para restaurar espiritualmente aquele pastor e, por extenso, aquela igreja. Ele diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele coMigo” (Ap.3:20).

– “…’A famosa pintura de Holman Hunt, em que Cristo aparece diante da porta, a bater, não mostra a maçaneta do lado de fora. Quando Sir Noel Paton pintou o famoso quadro representando o Rei coroado de espinho batendo à porta, foi censurado porque se esquecera de incluir a maçaneta na porta. Mas o célebre pintor disse que de propósito omitira a maçaneta. É que só pode ser aberta pelo lado de dentro.…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., pp.62-3).

– Esta passagem bíblica, que é muito repetida em apelos aos incrédulos para que recebam a salvação, foi dirigida pelo Senhor Jesus não a incrédulos, mas aos crentes desviados de Laodiceia. Eles haviam posto Jesus para o lado de fora de suas vidas e, por isso, Ele, amoroso, estava a bater à porta, a fim de que pudesse, novamente, entrar nas vidas daquelas pessoas. “…A porta à qual Cristo bate é a porta da vida do indivíduo, da igreja ou da comunidade…” (SILVA, Severino Pedro da. op.cit., p.62).”…Esta mensagem não foi dirigida a pessoas descrentes. Ela foi dirigida à igreja, o que mostra claramente que, naquela igreja, não havia mais lugar para Jesus: Ele já estava do lado de fora…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).

– Que triste situação de um que cristão se diz ser é a de ter “despejado” Jesus de sua vida. Mas o Senhor, com Seu tão profundo amor, não abandona uma criatura tão ingrata, mas, humildemente, bate à porta, pedindo para novamente entrar na vida daquele que O deixou. Este é o nosso Salvador. Aleluia!

– A iniciativa do Senhor é bater à porta. Caberia àquele pastor e, por extensão, àquela igreja, abrir a porta para voltar a ter comunhão com o Senhor. Entendamos isto, amados irmãos, quando formos evangelizar os apóstatas, os desviados. A atitude tem de vir da parte deles, eles é que têm de se levantar e ir ao encontro do Pai celestial, a exemplo do que fez o filho pródigo (Lc.15:17-20). Basta-nos afirmar, com fé, que o Senhor está à porta, aguardando o gesto de abertura.

– “…Alguns não ouvem Jesus chamar, porque são surdos espirituais e, por mais que o Senhor insista, eles não ouvem mesmo. Outros até ouvem Jesus chamar, mas não abrem o coração, não querem que Deus entre em suas vidas; preferem viver uma vida dissoluta e sem Jesus, certamente tais pessoas terão um tristíssimo fim. Mas, graças a Deus, que há quem ouve o Senhor bater e abre o coração, deixando Jesus entrar em suas vidas. Com estes, disse o Senhor: Eu cearei com ele e ele coMigo. Ceando com o Senhor significa estar em comunhão com o Senhor, uma vida de gozo espiritual e plena de alegria…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).

– A comunhão com Cristo pode ser restabelecida apesar do estado de apostasia. Enquanto não houver o vômito da boca do Senhor, é possível ao que se desviou dos caminhos do Senhor retornar a ter comunhão com Ele. No entanto, faz-se preciso que se dê ouvido ao Senhor e à Sua Palavra, que não haja o endurecimento dos corações, como ocorreu com o povo de Israel em Massá e Meribá (Ex.17:7; Sl.95:8), que não se mantenha o espírito de rebelião e de revolta contra o Senhor. Que estejamos dispostos a ser servos de Deus, que não ditemos o que devamos fazer, mas que façamos o que Ele ditar. É este o caminho do zelo e do arrependimento que nos fará voltar à comunhão com o Senhor. Estamos dispostos a isto?

IV – AS PROMESSAS QUE O SENHOR JESUS FEZ À IGREJA DE LAODICEIA

– Assim como não deixou de dar uma mensagem de salvação e esperança para a igreja de Laodiceia, apesar de sua apostasia, o Senhor Jesus também não deixou de fazer promessas aos vencedores, seguindo, assim, a mesma estrutura que seguira em todas as demais cartas. “…É possível ser vencedor, mesmo estando em uma igreja como Laodiceia. Não importa a situação ou as circunstâncias em que vive o verdadeiro servo de Deus; porque tudo parece perdido, o Senhor estará sempre ajudando o verdadeiro cristão a ser vencedor.…” (OLIVEIRA, José Serafim de. op.cit., p.29).

– Isto nos mostra que o Senhor Jesus é imparcial, que não faz acepção de pessoas (At.10:34) e que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:3,4). Por isso, amados irmãos, jamais façamos acepção de pessoas e deixemos de pregar o Evangelho mesmo para aqueles que apostataram da fé!

– O Senhor Jesus promete o seguinte aos vencedores: “Ao que vencer lhe concederei que se assente coMigo no Meu trono; assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono” (Ap.3:21).

– Quem vencer, reinará com Cristo. Estará para sempre unido com o Senhor, desfrutando da mesma dignidade que Cristo tem como homem vencedor sobre o pecado e a morte, que Se encontra à destra do Pai. Estaremos unidos com o Filho, atingindo, assim, o propósito delineado pela obra redentora de Jesus (Jo.17:21), e, por estarmos unidos com o Filho, também estaremos para sempre em comunhão com o Pai e o Espírito Santo.

– Quem aceitou se submeter a Cristo neste mundo, quem negou a si mesmo e fez única e exclusivamente a vontade de Deus, quem se humilhou e suportou toda a afronta por causa do nome de Cristo, receberá, assim como Jesus homem recebeu, a glorificação, passando a ter um estágio na hierarquia celestial superior a dos anjos, já que estará no trono de Cristo.

– Não se trata aqui, em absoluto, amados irmãos, de uma “divinização” dos salvos. Não, não e não! Continuaremos a ser homens, mas seremos homens glorificados, assim como o Senhor Jesus o é desde que ascendeu aos céus. Continuaremos a ser servos, mas em estado glorioso, compartilhando da glória de Deus. Que maravilha podermos desfrutar desta glória, nós, miseráveis pecadores! Aleluia!

– Entretanto, todos quantos quiseram, neste mundo, ser “deuses”, quiseram ter uma vida independente de Deus, não quiseram se submeter ao senhorio de Cristo, estes, embora se dizendo cristãos, não terão esta alegria, este gozo. Pelo contrário, serão vomitados do corpo de Cristo e, por serem orgulhosos e rebeldes, estarão para sempre apartados do Senhor. Que tristeza! Que Deus nos guarde, amados irmãos!

– Aqui temos uma evidência da verdade bíblica que quem se exalta, será humilhado e quem se humilha, será exaltado (Mt.23:12). Quem se humilhar à vontade de Deus, quem aprender de Cristo, Que é manso e humilde de coração (Mt.11: 29), será exaltado como o Senhor Jesus, por ter Se humilhado até a morte e morte de cruz, também foi exaltado sobre todo nome (Fp.2:5-11). Quem, porém, na sua soberba, se exaltar, não querendo se submeter ao Senhor, será terrivelmente humilhado, sendo vomitado do corpo de Cristo e lançado fora, levado às trevas exteriores onde só há pranto e ranger de dentes (Mt.25:30).

– Jesus nos ama tanto que não ocupou o Seu trono nos céus. Está no trono do Pai, à Sua direita e somente Se assentará no Seu trono quando chegar a Sua Noiva e, em a desposando, assentar-se-á no Seu trono com ela. Sirvamos a Deus fielmente, pois vale a pena todo sofrimento e dor que hoje aqui passamos, pois nada se pode comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Rm.8:18). Aleluia!

– Por fim, o Senhor Jesus retoma a expressão que utilizou em todas as cartas: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap.3:22). Esta é a última advertência que o Senhor faz para que não endureçamos os nossos corações, mas estejamos prontos a ouvir o Espírito Santo. Em a narrativa do livro do Apocalipse, a palavra “igreja” doravante desaparecerá, para apenas ressurgir em Ap.22:16, já na conclusão da revelação.

– Isto nos diz, claramente, que, quem se mantiver soberbo e autossuficiente, misturado com o mundo, ainda que se diga servo do Senhor, não terá outra oportunidade para se arrepender, visto que não deu ouvidos ao Espírito Santo, quando Ele está a nos falar tudo quanto Jesus tem anunciado, sem medida e de forma plena. Se não ouvirmos a Sua voz, fatalmente seremos vomitados no dia do arrebatamento e não teremos mais como nos arrepender. Tomemos cuidado, pois, amados irmãos, para guardarmos a Palavra e nos encontrarmos com o Senhor nos ares, e não com o Anticristo na terra.

– “…O Senhor nos disse que aquele que tem ouvidos e pode ouvir a palavra do Senhor, que ouça. Há muitos que não têm ouvidos e não podem ouvir a palavra do Senhor. Se você tem ouvidos, deve ouvir. Ore para que Deus nos conceda andar num caminho reto. Em qualquer situação, aconteça o que acontecer devemos escolher o caminho de Filadélfia.” (NEE, Watchman. op.cit., p.46).

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL – CARAMURU AFONSO FRANCISCO

 

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